A Sindicância instaurada pela Sesapi no início do ano apura a morte de uma criança no final de 2010, dentro nas dependências do Hospital Regional Dirceu Arcoverde (HEDA) de Parnaíba.
Segundo publicação do 180graus, a paciente Maria do Livramento dos Santos deu entrada no hospital no dia 29/12/2010, grávida de nove meses e oito dias, já em trabalho de parto. De acordo com a paciente, ‘foi muito mal atendida pelo médico de plantão, Dr. Antônio Marçal de Sousa Val’, que, conforme relato apresentado à secretária Lílian Martins, tal médico seria responsável pelo óbito de seu recém-nascido.
‘Fiquei aguardando no Pronto Socorro, sendo atendida pelos enfermeiros e técnico e só depois de uma hora o médico apareceu e, de acordo com a reclamante realizou o toque de forma agressiva, sendo que até os pezinhos da criança saíram’, declarou. O médico não se encontrava no local, pois estaria atendendo no posto da Previdência Social, seu outro emprego. O relatório segue com seu trecho mais dramático. Como não conseguiam retirar a criança, já falecida, tiveram que decepar a cabeça do bebê:
‘No Centro Obstétrico de acordo com os registros no prontuário e relato da paciente, a mesma ficou na sala de parto normal, pois continuava em trabalho expulsivo com procedência de membros inferiores do bebê, tentaram puxar a criança, fizeram esforços sobre o abdômen da mãe, para ajudar na saída do bebê. Depois de muita tentativa, a criança veio a óbito, visto não ser mais possível a retirada, resolveram fazer o procedimento cirúrgico, onde tiveram que decepar o pescoço da criança, retirando a cabeça pela barriga. A criança durante todo o ato de tentativa de parto normal permaneceu viva. A mãe culpa o médico pela perca (sic) da criança, pois até o último dia antes do parto seu bebê se movia dentro de seu útero, e dada a informação que ela estava de pé, o médico não quis realizar logo uma cesáreas’.
Em sua defesa, o médico Marçal afirma ‘que é um dos médicos que mais trabalha naquele hospital. Quem em nenhum momento a paciente reclamou do atendimento e que não era o responsável pelo plantão naquele dia e que geralmente tirava plantões de outros médicos’. O caso foi encaminhado pela Secretaria de Saúde para a Procuradoria Geral do Estado, que vai abrir Processo Administrativo Disciplinar com prazo de 60 dias para ouvir as pessoas envolvidas no caso e ao final decidir que tipo de punição pode pedir para o acusado. A pena pode variar de advertência à demissão do profissional.
Fonte: Proparnaíba