Pesquisa realizada pela Corregedoria Geral de Justiça apontou que 59% da população carcerária no Piauí foram condenados ou estão presos por tráfico de drogas, informou o coordenador do estudo e professor universitário, Willame Carvalho e Silva, durante debate no programa “Roda Meio Norte”, de Rede Meio Norte, apresentado pelo editor do Jornal Meio Norte, Arimatea Carvalho. “Nós identificamos no estudo realizado pela Corregedoria Geral de Justiça que as mulheres vêm ocupando os espaços que antes eram exclusivo dos homens. Então, 59¨% da população carcerária de Teresina é composto por mulheres envolvidas com drogas. Isso é preocupante. É um dado grave que requer acompanhamento sistemático para acompanhar essa situação que leva o Judiciário a rever a sua atuação referente a essa questão das drogas”, declarou Willame Carvalho.

A grande parte da população carcerária feminina tem de 20 a 29 anos. Dados do relatório do mapeamento das drogas em Teresina, desenvolvido pela Corregedoria Geral de Justiça, revelam que o tráfico de drogas é o motivo das 59% prisões envolvendo mulheres na capital. Apesar de confirmar a predominância do público masculino neste tipo de crime, 76% das prisões, a pesquisa apresenta um acentuado crescimento do público feminino nas questões envolvendo venda e receptação de entorpecentes, 24% dos casos.

O percentual local no entanto confirma a tendência nacional da presença das mulheres nos crimes envolvendo drogas. No Piauí são 2.929 pessoas cumprindo pena nos presídios do estado, ou seja, uma pessoa em cada cinco presos está cumprindo pena por envolvimento com drogas. Além de mapear a cidade de Teresina, apontada como o local com maior ocorrência relacionada ao tráfico de drogas, moradia de usuários e traficantes, o estudo mostra alguns dados interessantes, que irão contribuir para a implementação de políticas públicas para o setor.

Willame Carvalho e Silva afirma que as informações apuradas contribuíram também para definir o perfil do usuário e traficante de drogas da capital. Segundo eles, os presos por tráfico e consumo de drogas são, em sua maioria, jovens, pardos e com pouca escolaridade, ocupam profissões precárias e têm pouca perspectiva de reinserção na sociedade. O estudo destaca que o crack predomina dentre as drogas apreendidas e motivadoras da prisão de traficantes em Teresina (61%), seguida da Maconha (25%) e da cocaína (11%), mas sempre com associação destas drogas. A pesquisa realizada a partir de dados dos processos em tramitação na 7ª Vara Criminal da capital.

O período de levantamento foi de 20 de abril de 2012 a 14 de fevereiro de 2013, com 258 processos consultados. 87% dos presos do Piauí são pretos, aponta pesquisa Willame Carvalho e Silva diz que o perfil do usuário e traficante de drogas no Piauí caracteriza-se por ser jovem, pardo e com pouca escolaridade, com profissões precárias e com pouca perspectiva de reinserção na sociedade. De acordo com a pesquisa, 12,80% da população carcerária do Piauí são formados por pardos; 17% são por negros e 70% por pardos. “Evidencia-se uma maioria de pardos, seguido de negros e brancos.

Os dados apontam que, se forem juntados os dados estatísticos sobre negros e pardos,vai se chegar a um número preocupante, ou seja, 87% dos presos do Piauí são pretos, identificando uma possível discriminação velada nas questões envolvendo raça e sistema prisional”, falou Willame Carvalho e Silva.

20% das prisões em Teresina ocorrem por conta do tráfico de Drogas. No Piauí são 2.929 pessoas cumprindo pena nos presídios do Estado, ou seja, uma pessoa em cada cinco presos está cumprindo pena por envolvimento com drogas. c) O Crack predomina dentre as drogas apreendidas e motivadoras da prisão de traficantes em Teresina (61%), seguida da Maconha (25%) e da cocaína (11%), mas sempre com associação destas drogas, identificando aqui uma epidemia tanto em relação ao usuário como em relação ao traficante. d) Os jovens predominam nos presídios quando o assunto é tráfico de drogas, com cerca de 56% da população carcerária com menos de 29 anos, motivados pelos tráfico de drogas. Baixa escolaridade dentre os detentos, confirmando a tendência de ausência de oportunidades e de ações públicas para o acesso e permanência na escola, como estabelecido na Constituição Federal no que tange à responsabilidade do Estado quanto ao acesso à Educação.

Willame Carvalho declarou que com as prisões dos companheiros por tráfico de drogas as mulheres estão ocupando o espaço assumindo o controle das bocas de fumo e tráfico de drogas. “Nós estamos no Poder Judiciário promovendo um trabalho educativo em parceria com a Secretaria Estadual de Justiça. Vamos fazer uma conferência no final do ano para discutir a questão das drogas e vamos continuar o estudo criando um Observatório para mais estudos sejam realizados, identificando esses fenômenos”, falou Willame Carvalho.

Segundo ele, a ausência do Estado no sentido de promover políticas públicas de educação, para formação e de geração de emprego e renda provoca o descaminho, o desvio de jovens para o tráfico. “Se transforma em uma profissão. Se o Estado tiver educação, formação, qualificação e geração de emprego e renda, nós vamos modificar essa situação”, falou Willame Carvalho.

Fonte: Meio Norte