O médico infectologista José Noronha, integrante do COE (Comitê de Operações Emergenciais de combate a Covid-19), informou nesta quinta-feira (11) que ainda não é o momento para o Piauí liberar o uso de máscaras em ambientes abertos.

 

“Há uma dúvida dos gestores, do governador se é hora de liberar o uso de máscaras. A hora não chegou. É preciso ter 70% da população vacinada com a segunda dose ou dose única que é suficiente para proteção das pessoas que não estejam vacinadas”, disse Noronha, que é diretor geral do Hospital de Doenças Tropicais Natan Portela.

 

No Piauí, 51% da população está completamente imunizada.

 

Ontem, o governador do Maranhão, Flávio Dino, assinou decreto desobrigando o uso de máscaras em ambientes abertos e sem aglomeração.

 

O governador Wellington Dias, antes de viajar para Glasgow, na Escócia, para a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP26, informou que tomaria qualquer medida após autorização do COE. O Comitê reúne os infectologistas, pesquisadores e integrantes da Secretaria Estadual de Saúde (Saúde) e define os protocolos sanitários na pandemia.

 

Wellington Dias retorna ao estado na próxima terça-feira (16) quando irá discutir com o COE a possibilidade de liberar ou não a máscara. Dias já tinha afirmado que seu sonho era ter um “Natal sem máscara” e que discutiria com os governadores do Nordeste uma medida única para todos os estados.

 

Para o infectologista ainda é cedo adotar a desobrigação do uso de máscara no Piauí.

 

Segundo ele, a vacina tem um prazo de proteção de seis a 10 meses quando começa a reduzir a imunidade.

 

“Além disso tem a adesão das pessoas que está preocupante. Essa semana o secretário Florentino alertou que cerca de 200 mil não tomaram a segunda dose da vacina contra a covid”, disse.

 

O médico infectologista citou a Alemanha que foi exemplar no combate a pandemia e que vive uma quarta onda, mesmo tendo 67% da população com vacinação completa.

 

Noronha ressalta que os casos de covid e internações têm caído no estado, no entanto, o índice de transmissão ainda é 0,9, considerado elevado.

 

“É preciso manter as medidas sanitárias como uso de máscara, distanciamento, lavagem das mãos, uso de álcool em gel. Estamos surfando em ondas positivas, mesmo a população negligenciando, mas é precoce liberar o uso de máscaras, já que estamos discutindo evento teste para monitorar o comportamento do vírus avaliando como será a transmissão do vírus”, disse.

 

Fonte: Cidade Verde