(…) Chamo homem vicioso este amante vulgar que ama o corpo antes que a alma. O amor está por toda parte na Natureza, que nos convida a exercitar nossa inteligência; é encontrado até no movimento dos astros. É o amor que orna a Natureza de seus ricos tapetes; ele se enfeita e fixa sua morada lá onde encontra perfumes. É ainda o amor que dá a paz aos homens, a calma ao mar, o silêncio aos ventos e o sono à dor.
(Evangelho Segundo o Espiritismo – introdução – Resumo da Doutrina de Sócrates e Platão – item XVI )
O amor vivido por nós é esse sentimento doentio que traz em sua acepção meios escravizantes capazes nos transformar em seres extremamente grosseiros.
Temos visto todos os dias pessoas confundindo sentimentos de posse com amor, e isso tem acarretado grandes “desastres”; vemos casais se destruindo, jovens praticando atrocidades de toda natureza com seus pares e ao serem interpelados tentam justificar seus atos hediondos como sendo prova de amor, mas que amor é esse que dizem sentir e viver, que mata, escarnece, humilha e acaba transformando as pessoas em criaturas presas em traumas que persistem por uma existência a fio.
O amor que o Cristo nos propõe, é algo sublime que desconhece por completo qualquer tipo de violência e faz com que os que o conhecem e vivenciam tronem-se seres de uma calma e paz interior ao passo que não separa homens e mulheres, ama a todos sem distinção. Deus ao criar o universo colocou nele todos os meios para nos tornarmos seres perfeitos; a dissimulação com que tratamos nossos semelhantes nos torna pessoas vulneráveis a sentimentos mesquinhos e por acréscimo de ignorância, transformamos em escravas, pessoas que se iludem com nossos “falsos amores” e com isso não as prejudicamos como a nós também principalmente. Daí vermos não raro mais e mais pares e casais culminarem nos extremos da agressividade.
“O amor não tem corpo”, ele faz parte do todo, está presente em tudo e em nós, portanto antes de sairmos a promover um ilusório e falso amor, detenhamo-nos no que o Cristo nos ensina em relação ao amor verdadeiro ao próximo, aquele amor que constrói, instrui, beneficia e eleva o ser à plenitude da compreensão maior…
Um dia seremos assim, basta querermos.
Paz a Todos.
(Pedro Aguiar)