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Economia deve tombar 3,48% este ano e avançar apenas 0,70% em 2017.

Os analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo Banco Central (BC) melhoraram as previsões para a inflação deste ano e do próximo, mas pioraram as projeções para o desempenho da economia em 2016 e 2017, segundo o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira.

O levantamento mais uma vez melhorou a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano. Pela quinta semana seguida, a projeção recuou, passando de 6,69% para 6,52%. Apesar da melhora, se o resultado de 2016 ficar de fato neste patamar, ainda ultrapassará o teto da meta estabelecida pelo governo, que é de 4,5%, podendo variar dois pontos para cima ou para baixo. Mas o descumprimento seria de apenas 0,02 ponto percentual. Em 2015, a inflação estourou em muito o limite, ficando em 10,67%.

Na quinta-feira passada, o IBGE divulgou o IPCA de novembro, que desacelerou a 0,18% frente ao 0,26% de outubro. A taxa é a menor para o mês desde 1998 e ficou abaixo da previsão dos analistas. Nos doze últimos meses, a inflação ficou em 6,99%, o menor resultado nesse tipo de comparação desde dezembro de 2014, quando ficou em 6,41%. No acumulado do ano, o resultado é de 5,97%.

Para 2017, os analistas preveem no Focus divulgado hoje uma taxa de inflação de 4,90%, abaixo dos 4,93% registrados nas últimas quatros semanas. O resultado vem se aproximando do centro da meta de 4,5%, com variação tolerada pelo BC, no ano que vem, de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Depois de dar uma trégua na semana passada, após oito quedas seguidas, a previsão para a atividade econômica neste ano voltou a cair, passando de -3,43% para -3,48%. Em relação a 2017, o relatório reduziu pela oitava vez consecutiva que a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB). Na semana passada, a expectativa era de alta de 0,80%. Agora, a previsão é de expansão de apenas 0,70%.

Já a projeção da Selic para 2017 foi mantida inalterada frente à semana passada, em 10,50%. Na semana retrasada, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a taxa em 0,25 ponto percentual, encerrando o ano em 13,75%.

No centro de uma onda de críticas de que estaria errando a mão e atrapalhando a retomada do crescimento da economia, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou em entrevista ao Globo desta segunda-feira que a instituição é sensível ao nível da atividade na hora de definir as taxas de juros. Ele garantiu que há espaço para uma queda de juros sustentável.

A cotação prevista para o dólar ao fim deste ano subiu, avançando de R$ 3,35 para R$ 3,39. Para o ano que vem, a expectativa é que a moeda americana seja vendida a R$ 3,45.

Fonte: O Globo