A Agência Nacional de Petróleo realizará nos dias 14 e 15 de maio o leilão de 14 lotes piauienses na bacia do Parnaíba, totalizando uma área maior que Sergipe: mais de 20 mil quilômetros quadrados. Informações técnicas sobre o leilão foram repassadas nesta segunda-feira (1º) ao governador Wilson Martins pela diretora-geral da estatal, Magda Chambriard, durante reunião no Palácio de Karnak. A 11ª rodada de licitações da ANP inclui ainda seis lotes do lado maranhense da bacia do Parnaíba, além de outros 269 lotes no restante do país.
No Piauí, o leilão envolverá áreas de 34 municípios: Alvorada do Gurguéia, Amarante, Antonio Almeida, Arraial, Baixa Grande do Ribeiro, Bertolínia, Cajazeiras do Piauí, Canavieira, Canto do Buriti, Colônia do Gurguéia, Currais, Elizeu Martins, Flores do Piauí, Floriano, Francisco Ayres, Guadalupe, Itaueira, Jerumenha, Landri Sales, Manoel Emídio, Marcos Parente, Nazaré do Piauí, Oeiras, Pajeú do Piauí, Palmeira do Piauí, Pavussu, Porto Alegre do Piauí, Regeneração, Ribeiro Gonçalves, Rio Grande do Piauí, São Francisco do Piauí, São José do Peixe, Sebastião Leal e Uruçui.
“Todo esse processo é realizado com total transparência, inclusive com a realização de seminários técnicos apresentando a visão da ANP sobre essas áreas, que, por sinal, é muito positiva. Acreditamos que haverá disputa pelos lotes do Piauí em função do que ocorreu com o lado maranhense da bacia do Parnaíba”, disse Magda Chambriard. A expectativa positiva tem como base os bons resultados das áreas já exploradas no Maranhão. No campo Gavião Real, explorado desde janeiro pela OGX, do grupo EBX (do empresário Eike Batista), a produção atual é de 1,6 mil metros cúbicos por dia.
Estimativas iniciais apontam recursos in situ (volume de óleo ou gás de regiões cuja extração depende de fatores de recuperação e que, portanto, não pode ser considerado reserva) é de 20 trilhões de pés cúbicos (Tpc) para os 20 blocos da bacia do Parnaíba. De acordo com a ANP, o bônus de assinatura mínimo (valor a ser oferecido pelas empresas interessadas) varia de R$ 1 milhão a R$ 1,7 milhão.
Segundo a gestora, a bacia do Parnaíba e a bacia de Tutóia são as novas fronteiras de exploração de gás natural do Brasil. “O que a ANP está buscando é não apenas a exploração tradicional, com gasodutos, mas que os investidores possam explorar térmicas, por exemplo”, ressaltou a diretora-geral da ANP.
Wilson destaca salto de desenvolvimento oriundo da exploração de gás natural
Para o governador Wilson Martins, a realização do leilão para a exploração de 14 lotes piauienses da bacia do rio Parnaíba representará momento determinante para um salto de desenvolvimento do Piauí. A expectativa do Governo do Estado é de que a exploração das áreas ofertadas no leilão tenha início ainda em agosto deste ano
“Os estudos aerogeofísicos e sísmicos mostram o grande potencial que temos ali, numa área maior que o estado de Sergipe. O investimento que será feito deverá impulsionar não só a economia, mas o desenvolvimento do estado como um todo. Com ele vem o gasoduto, vem a estrada de ferro”, enumerou Wilson Martins, ressaltando que cerca de cinco grandes empresas já demonstraram interesse em concorrer aos blocos piauienses.
De acordo com o governador, vencida toda a burocracia, a estimativa é de que as empresas vencedoras comecem a operar no Piauí já no mês de agosto – inicialmente na fase de desenvolvimento dos campos de extração.
Outros blocos
Na 11ª rodada de licitações da ANP estão incluídos ainda outros 268 blocos em 10 bacias sedimentares, seja em terra ou no mar. Ao todo, estão envolvidos 11 estados, sendo 10 do Norte e Nordeste.