O governo do estado negociou o pagamento de todo débito em atraso, cerca de R$ 3,2 milhões, referente ao pagamento das pensões alimentícias das 499 famílias da cidade de Cocal que foram vítimas do rompimento da Barragem de Algodões. A negociação foi feita nesta quarta-feira (4), entre a Associação das Vítimas e Amigos de Vítimas da Barragem Algodões (Avaba) e a Secretaria Estadual da Fazenda.
No acordo ficou acertado que o pagamento de todo o débito atrasado será feito em 12 parcelas mensais e sucessivas, que serão depositadas diretamente na conta individual dos beneficiários. A decisão é retroativa ao mês de fevereiro.
O presidente da associação, Corsino Medeiros dos Santos, confirmou que aceitou a proposta do governo. “Uma boa parte das famílias das vítimas já estava com quase três anos sem receber a pensão. Tentamos negociar esse pagamento no governo passado, quando foi acordado o pagamento do débito em cinco parcelas, mas, infelizmente, só a primeira parcela foi honrada. Agora recebemos uma nova proposta e aceitamos”, afirmou Corsino.
Do montante de R$ 3.190 milhões que foi acordado em setembro do ano passado para ser pago em cinco parcelas, só foi repassada uma parcela em 2014, no valor de R$ 638 mil. Além de autorizar a negociação de todo débito em atraso, foi liberado também o contábil e o financeiro do mês de janeiro referente ao valor mensal que o Estado paga em pensão alimentícia para as famílias das vítimas do rompimento da Barragem de Algodão, a fim de que a SASC realize o devido pagamento.
Foi determinado ainda que a equipe da Superintendência do Tesouro Estadual providencie a liberação do recurso do mês de fevereiro, para que o governo honre todos os compromissos assumidos com as famílias vítimas. O valor mensal do montante que o Estado paga em pensão alimentícia para essas famílias é de R$ 248 mil.
Inundação
A enxurrada provocada pelo rompimento da barragem de Algodões em 2009 arrastou casas, animais e moradores. Oficialmente, nove pessoas morreram. Em menos de uma hora, quase 50 bilhões de litros d’água desapareceram do reservatório. Plantações inteiras foram destruídas e as casas foram arrastadas pela água. Pelo menos 3 mil pessoas ficaram desalojadas ou desabrigadas, segundo balanço da Defesa Civil. A força da água foi tanta que derrubou 17 postes de energia elétrica. O fornecimento foi suspenso na região.
Fonte: G1/PI