O número de assassinato de mulheres aumentou 142% no Piauí em 10 anos, é o que mostra um levantamento feito pelo Ipea e divulgado ontem (22) no Atlas da Violência no Brasil. De acordo com a pesquisa, em 2004, 26 mulheres foram mortas no Estado, e em 2014 este número subiu para 63. Este dado coloca o Piauí em quinto lugar do Brasil na quantidade de feminicídios registrados. O Estado ganha apenas do Rio Grande do Norte (390,5%), Roraima (228%), Pará (159,19%), Maranhão (183%) e Sergipe (155,2%).
Outro índice preocupante do Piauí diz respeito aos homicídios, que subiram 142% nos últimos 10 anos. Em 2004, 347 pessoas foram assassinadas no Estado. Este número chegou a 716 em 2014. O levantamento mostra ainda que o número de mortes de pessoas entre 15 e 29 anos também subiu, saindo de 187 em 2004, para 388 em 2014 (um aumento de 107,5%). Quase na mesma proporção, subiu também a taxa de homicídios na população negra do Estado: 107,9%. Já a taxa de homicídios de não negros reduziu 26,4% nos últimos 10 anos.
As armas de fogo continuam sendo um dos principais meios de cometimento de crimes contra a vida no Piauí. Os homicídios por arma de fogo aumentaram 143,2% nos últimos 13 anos (saindo de 146 para 484, de 2001 a 2014). Com relação à autoria dessas mortes, o levantamento do Ipea mostra que, em 2014, 13 pessoas foram assassinadas por policiais em serviço, e nove por policiais fora de serviço, totalizando 22 pessoas vitimadas fatalmente em ações das forças de segurança do Estado.
Concentração dos crimes
Apesar dos números preocupantes, o Piauí possui duas microrregiões figurando entre as áreas mais pacíficas do Brasil, de acordo com o Atlas da Violência. São elas: a microrregião de Valença, que possui uma população de 105.085 pessoas e taxa de homicídio de 4,7 por mil habitantes; e a microrregião do Médio Parnaíba, com população de 132.640 pessoas e taxa de homicídio de 3,8 por mil habitantes. Em contrapartida, a região da Grande Teresina, com seus 1.029.832 habitantes, lidera a concentração de homicídios do Estado, apresentando uma taxa de mortes de 50,2%.
Fonte: Portal O Dia com informações do Ipea