Em entrevista ao Jornal da costa Norte desta terça-feira (28), o Auditor Fiscal do Ministério do Trabalho Paulo César Lima, revelou a existência de trabalho escravo em 10 municípios do norte piauiense são eles: Caxingó, Caraúbas do Piauí, Murici dos Portelas, Cocal da Estação, Bom Princípio do Piauí, Buriti dos Lopes, Luiz Correia, Cajueiro da Praia, Parnaíba e Ilha Grande do Piauí .
Desde o último dia 13 de Julho, os fiscais do MT e do Ministério Público do Trabalho iniciaram uma série de etapas para identificar, fiscalizar e punir os responsáveis pela exploração do trabalho escravo, pelo menos três locais de exploração foram identificados. A equipe do Ministério do Trabalho, identificou 153 pessoas em estado de escravidão, sendo 2 mulheres, 4 meninos e 147 homens .
A operação denominada “Combate ao trabalho na extração de centro de carnaúba” apontou também, que falta higiene, condições de trabalho, segurança e moradia “Pessoas são reduzidas às condições de escravidão” disse Paulo César.
Em indústrias de produção de cerâmica, tijolos e carnaubais, os trabalhadores chegam a dividir o espaço onde dormem e até a alimentação com animais “Nós constatamos no local que o mesmo recipiente utilizado para a alimentação dos porcos, é utilizado para as refeições dos trabalhadores” revelou Paulo.
Em Luís Correia, por exemplo, em meio aos resorts de luxo e das grandes mansões, trabalhadores de um carnaubal, foram flagrados nessas condições sub-humanas, “O Piauí antes exportava mão de obra escrava para outros estados do país, hoje, está exportando e agora mantendo esse tipo de trabalho” destacou.
De acordo com a Constituição do Brasil, manter o trabalho escravo é crime. A equipe do MT inclusive, aguarda a apuração dos levantamentos realizados para punir os responsáveis pelo trabalho escravo.
Por: Tiago Mendes / Portal Costa Norte