Dados do Ministério da Saúde mostram que nos últimos três anos o consumo de medicamentos controlados vem aumentando. As cinco substâncias mais vendidas registraram crescimento médio de 400% na sua venda no Piauí. Em 2009, foram vendidas 35.470 unidades de Clonazepan, primeiro da lista dos mais vendidos e utilizado no tratamento da ansiedade. Já em 2011 foram dispensadas 143.558 caixas da substância, revelando um aumento quatro vezes maior na sua venda.
Segundo Roberto Gomes, presidente do CRF-PI, “A causa desse aumento pode estar no fato de que alguns medicamentos oferecem bons resultados clínicos a doenças antes não relacionadas a seu uso”. Como exemplo ele cita o uso de ansiolíticos (medicamentos usados para diminuir ansiedade), como a amitriptilina, segunda substância controlada mais vendida em 2011, combinada com analgésicos e relaxantes musculares como coadjuvante no tratamento de dores.
O farmacêutico acrescenta que outro motivo para o aumento do uso desses medicamentos é o aumento de doenças psiquiátricas que não são suficientemente tratadas com o psicólogo, necessitando do uso de medicamentos. Exemplo dessas doenças é a “síndrome do pânico”.
Medicamentos controlados, ou sujeitos a controle especial, são aqueles que tem ação no sistema nervoso central e que são capazes de causar dependência física ou psíquica. A lista desses medicamentos pode ser encontrada na portaria 344/98, do Ministério da Saúde, que inclui substâncias abortivas, anabolizantes, substâncias utilizadas na fabricação de entorpecentes e psicotrópicos, dentre outros.
A dispensação desses medicamentos segue um protocolo baseado em legislação sanitária e é restrita ao farmacêutico. Cabe ao farmacêutico dispensar esses medicamentos, controlar seu estoque e a quantidade vendida. Pelo programa SNGPC (Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados), o farmacêutico repassa à VISA (Vigilância Sanitária) as seguintes informações sobre cada unidade dispensada: prescritor (médico, veterinário ou odontólogo), descrição do medicamento, posologia, lote, validade e quantidade vendida.
Utilizando-se desses dados, foi possível rastrear o mau uso da sibutramina (emagrecedor) e alterar a legislação a respeito desta substância.
Fonte: Ascom