A desconfiança de vizinhos levou a Polícia Civil de Jaicós a investigar um caso de ocultação de cadáver no município de Padre Marcos, a 393 km de Teresina. A vítima era um bebê recém-nascido que foi encontrado enterrado no quintal de uma residência na quinta-feira (21). As principais suspeitas de matarem o bebê são mãe e filha que apresentaram contradições em depoimento à polícia.
O caso está sendo investigado pelo Delegado Regional de Jaicós, Antônio Nilton, que revela que o bebê era uma menina e teria nascido no último dia 15, no Hospital Justino Luz, em Picos. Dados da unidade de saúde revelam que o recém-nascido tinha, aproximadamente, nove meses, media 48 cm e pesava 3,1 kg.
“Fomos ao local após denúncias de vizinhos que relataram que a menina estava grávida e
depois a mesma teria sumido, inclusive, com o bebê. No hospital existe a Declaração de Nascido Vivo (DN), documento de identidade provisória expedido pelo hospital, que atesta que a criança deixou a unidade com vida, no último sábado (16)”, explica Nilton.
O delegado explica que constatou contradições após Maria Valdeni da Silva Alencar revelar que o bebê teria nascido prematuro, dados que não conferem com as informações repassadas pelo Hospital Justino Luz. Em outra versão, a acusada disse ainda que a menina teria falecido apenas um dia após o nascimento, informação também que será confrontada.
“A mãe da jovem disse que a neta morreu no sábado, mas depois confessou que matou a criança porque a filha tinha vergonha de ter engravidado. A mãe do bebê é uma adolescente de 14 anos. Na casa moravam ainda o esposo da acusada e um menor que relataram não desconfiar do suposto crime”, disse o delegado.
O corpo foi retirado do quintal por perito do Instituto de Criminalística e deve chegar ao IML, em Teresina, na tarde desta sexta-feira (22).
“As duas foram levadas à delegacia e o resultado apontará como a criança foi morta. Não acreditamos em morte natural pois dados do hospital apontam que a menina nasceu saudável. As causas da morte serão reveladas no prazo mínimo de 10 dias”, finaliza o Delegado Regional de Jaicós.
Além de ocultação de cadáver, Maria Valdeni da Silva pode responder pelo crime de infanticídio.