Depois da determinação do juiz Sérgio Moro de bloquear até R$ 10 milhões das contas bancárias do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, o Banco Central informou nesta segunda-feira (26) que houve cumprimento parcial da medida por falta de saldo. O ex-ministro teve R$ 4.447,55 bloqueados.
Guido Mantega foi alvo da 34ª fase da Operação lava Jato, deflagrada na quinta-feira (22). Ele teve a prisão temporária decretada, que foi revogada horas após o ex-ministro ser levado para a sede da Polícia Federal (PF) em São Paulo.
Moro também determinou o bloqueio de bens de outros seis investigados na 34ª fase da Lava Jato que foram presos temporariamente. Inclusive, vence nesta segunda-feira o prazo das prisões.
Após manifestação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, cabe a Justiça definir se a prisão será prorrogada, convertida em preventiva ou se os investigados serão postos em liberdade.
Veja o quanto foi bloqueado de cada um
Guido Mantega – R$ 4.447,55
Luiz Claudio Machado Ribeiro – R$ 452 mil
Ruben Maciel da Costa Val – R$ 255 mil
Danilo Souza Baptista – R$ 262 mil
Luiz Eduardo Carneiro – R$ 6,6 milhões
Luiz Eduardo Neto Tachard – R$ 15,9 mi
Júlio Cesar Oliveira Silva – R$ 4,5 mil
Francisco Corrales Kindelán – R$ 8,9 mil
34ª fase
A 34ª fase da Lava Jato, batizada de Arquivo X, investiga a contratação, pela Petrobras, de empresas para a construção de duas plataformas de exploração de petróleo na camada do pré-sal, as chamadas Floating Storage Offloanding (FSPO´s).
O valor do contrato foi de US$ 922 milhões, de acordo com os investigadores.
Segundo a PF, as empresas Mendes Júnior e OSX – da qual Eike era presidente do Conselho de Administração – se associaram na forma de consórcio para obter os contratos de construção das duas plataformas, mesmo sem possuir experiência, estrutura ou preparo para tanto.
Os investigadores afirmam que houve fraude do processo licitatório, corrupção de agentes públicos e repasses de recursos a agentes e partidos políticos responsáveis pelas indicações de cargos importantes da Petrobras.
De acordo com a PF, em 2012 Mantega “teria atuado diretamente junto ao comando de uma das empresas para negociar o repasse de recursos para pagamentos de dívidas de campanha de partido político da situação”.
“Estes valores teriam como destino pessoas já investigadas na operação e que atuavam no marketing e propaganda de campanhas políticas do mesmo partido”, continua a PF.
As investigações apontam a transferência de cerca de R$ 7 milhões, entre fevereiro e dezembro de 2013, pela Mendes Júnior para um operador financeiro ligado a um partido político e à diretoria Internacional da Petrobras, já condenado no âmbito da Operação Lava Jato, segundo o MPF.
Os repasses foram viabilizados mediante a interposição de empresa de fachada, que não possuía uma estrutura minimamente compatível com tais recebimentos, segundo os procuradores da Lava Jato.
Ao longo das investigações também foi identificado o repasse de mais de R$ 6 milhões pelo Consórcio Integra Offshore com base em contrato falso firmado em 2013 com a Tecna/Isolux. O valor, ainda segundo o MPF, teria sido transferido no interesse de José Dirceu, que está preso pela Lava Jato, e de pessoas a ele relacionadas.
Os procuradores declararam também que empresas do grupo Tecna/Isolux repassaram cerca de R$ 10 milhões à Credencial Construtora, já utilizada por Dirceu para o recebimento de vantagens indevidas.
Sobre as acusações, Batochio disse que são falsas e que a “Não tem isso de R$ 6 milhões. A delação premiada gera uma deformidade: um casamento incestuoso, que gera produtos monstruosos”.
Fonte: G1