Estudos e pesquisas realizadas por empresas, universidades e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o brasileiro gasta em média 200 minutos por dia em apps. Além dos adultos, é cada vez mais comum crianças e adolescentes utilizando os equipamentos eletrônicos sem nenhuma dificuldade. Os adolescentes, por exemplo, não desgrudam do celular. Há quem diga que eles, se pudessem, implantavam até um chip no corpo. Para esta geração, um emoji vale mais que mil palavras. Todos eles usam essas carinhas para expressar o que querem dizer. É uma febre, mas até mesmo os jovens têm a compreensão que essa mania de ficar no celular o tempo todo exige um limite.
Em mais uma edição da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE, que mede a posse, o uso, o acesso e os hábitos da população brasileira em relação às tecnologias de informação e de comunicação, revela que o número de internautas brasileiros ultrapassou 100 milhões e mostra que, entre as pessoas com 10 anos ou mais que acessaram a Internet no período da pesquisa, 94,2% o fizeram para trocar mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes de e-mail. Entre esse público, 94,6% se conectaram via celular.
Em qualquer lugar, no quarto de casa, no clube ou no shopping, cada um no seu mundo particular, sozinhos. Mas não solitários. Em contato com os outros, grudados no celular. Assistir a vídeos, programas, séries e filmes foi a motivação de 76,4% desse contingente, seguido por conversar por chamada de voz ou vídeo (73,3%) e enviar ou receber e-mail (69,3%), revela a pesquisa do IBGE.
Ainda conforme o levantamento, entre as pessoas de 14 anos ou mais de idade ocupadas, 75% utilizaram a Internet, enquanto pouco mais da metade (52,4%) das não ocupadas a acessaram. Das 63,4 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade que não utilizaram a Internet, 37,8% não sabiam usar e 37,6% alegaram falta de interesse, enquanto 14,3% não acessaram por considerar o serviço caro. E ainda, o celular estava presente em 92,6% dos 69,3 milhões de domicílios.
Dados do estudo mostram que, das 179,4 milhões de pessoas com 10 anos ou mais, 64,7% utilizaram a Internet pelo menos uma vez nos 90 dias que antecederam à data de entrevista nos domicílios pesquisados ao longo do último trimestre de 2016. Os menores percentuais foram no Nordeste (52,3%) e Norte (54,3%), e os maiores no Sudeste (72,3%), Centro-Oeste (71,8%) e Sul (67,9%).
Jovens de 18 a 24 anos são os que mais acessam
Outro dado importante e revelado durante a pesquisa é a utilização da Internet, crescente com o aumento da idade, alcançando o máximo entre as pessoas de 18 a 24 anos, passando a declinar nas seguintes. O percentual de pessoas de 10 a 24 anos que utilizaram a Internet foi: 66,3% no grupo etário de 10 a 13 anos, 82,5%, no de 14 a 17 anos, 85,4%, no de 18 ou 19 anos, de 85,2%, no de 20 a 24 anos. Entre os idosos (60 anos ou mais), apenas 24,7% acessaram. Esse comportamento foi observado tanto nos indicadores dos homens como das mulheres, sendo que a parcela feminina superou a masculina em todas as faixas etárias, exceto entre os idosos.
A pesquisa também revela que um quarto dos estudantes da rede pública não acessavam a Internet, enquanto da rede privada o acesso é elevado. Pelos números, dos 37,2 milhões de estudantes com 10 anos ou mais, 81,2% utilizaram a Internet. Esse resultado cai para 60,4% entre aqueles que não eram estudantes. Na rede pública, 75,0% dos estudantes acessaram a Internet, em contraste com 97,4% dos alunos da rede privada. A utilização da Internet aumentou de acordo com o nível de instrução das pessoas com 10 anos ou mais, alcançando o máximo no superior incompleto: sem instrução (11,2%), fundamental incompleto (43,6%), superior incompleto (97,1%) e superior completo (95,7%).
Na população de 10 anos ou mais que utilizou a Internet, a pesquisa aponta que 94,6% acessaram via celular, 63,7% pelo microcomputador, 16,4% via tablet, 11,3% pela televisão e menos de 1% por outro equipamento eletrônico. Cerca de 33,4% dos usuários da internet utilizaram apenas o celular como forma de acesso, 4,4% apenas o microcomputador, 0,3% apenas o tablet e 0,1% somente a televisão.
Fonte: Jornal O Dia