A Polícia Militar do Piauí está completando 180 anos e um dos motivos para comemorar é o serviço oferecido pelo Centro de Equoterapia da PM. A equoterapia é um método alternativo que utiliza o cavalo auxiliar na reabilitação e tratamento de pessoas com deficiências físicas, mentais ou necessidades especiais em geral. Os espaços oferecem terapia, gratuitamente, para a comunidade e funcionam nas sedes dos Esquadrões Independente de Polícia Montada (EIPMon), em Teresina e Parnaíba.
Atualmente, o atendimento equoterápico é realizado de segunda a sexta-feira, nos turnos manhã e tarde. O Centro, em Teresina, possui cerca de 90 praticantes, sendo realizadas até três sessões de equoterapia diferentes concomitantemente. As sessões duram cerca de 45 minutos. Em Parnaíba, o atendimento é prestado a 40 praticantes.
Segundo o major Jamsom Lima, comandante do EIPMon da capital, a equoterapia é aberta para todos os públicos sendo necessário apenas recomendação médica. “O espaço de equoterapia recebe crianças a partir de quatro anos e para ter acesso ao atendimento é necessário que o paciente ou responsável se dirija à sede do Centro de Equoterapia e receba uma ficha que deve ser entregue ao médico, para que o mesmo preencha informando o tipo de limitação que o paciente tem e o auxílio que podemos prestar aqui”, ressalta. Ainda de acordo com o major, a equoterapia não substitui outros tratamentos, ela auxilia.
A equipe é formada por fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, assistente social, psicólogo, fonoaudiólogo, psicólogo, dentre outros. Na capital, o Centro possui 19 profissionais, sendo 13 policiais militares e seis civis. De acordo com o major Jamsom, o Centro vem se esforçando para aumentar o número de profissionais e estrutura para atender toda a demanda, uma vez que a terapia ainda possui uma lista de espera.
Poliana Costa, mãe do Carlos Eduardo, ressalta que mesmo com pouco tempo na terapia o seu filho já apresenta melhoras. “O médico recomendou que o meu filho praticasse equoterapia, porque ele tem autismo leve e é hiperativo. Ele pratica há um mês e meio, e já apresenta evolução na concentração. Antes, eu falava e ele não olhava. Hoje, ele já mantém um contato visual, quando ele chega num lugar já fala com as pessoas, antes ele não falava. Essa é uma das terapias que ele está fazendo, e a concentração dele vem melhorando”, conta.
Para a capitã Sheila Chaves, coordenadora e fonoaudióloga do Centro de Equoterapia de Teresina, cada evolução do praticante é um motivo de comemoração para a equipe. “Aqui, eu já tive oportunidade de observar várias evoluções. Desde a evolução postural, como também do intelectual, do cognitivo. Como eu sou fonoaudióloga, então, eu atendo as crianças autistas, hiperativas. Uma criança, por exemplo, que chega aqui e nãotem um contato visual adequado, tem alguma repulsa pelo animal ou não emite sons, e ao longo do tratamento apresenta alguma evolução, passa a emitir sons e manter um contato visual para nós é muito gratificante”, conta. A coordenadora disse ainda que cada ganho do praticante, mesmo que pequeno, é uma evolução maravilhosa para a equipe e a família.
O Centro Equoterápico de Parnaíba foi o primeiro do Piauí a ser reconhecido pela Associação Nacional de Equoterapia (ANDE-Brasil), frisou a capitã Íris França, coordenadora do Centro de Equoterapia de Parnaíba. “O Centro de Equoterapia de Parnaíba foi o primeiro a ser reconhecido pela ANDE Brasil e, além disso, recebeu a medalha de mérito legislativo da Câmara Municipal de Parnaíba pelos relevantes serviços prestados a comunidade parnaibana”, disse a capitã.
Fonte: Jornal da Parnaíba