Foto: Assis Fernandes/ODIA
Foto: Assis Fernandes/ODIA

Wallyson Douglas tem 19 anos e fuma desde os 17 anos de idade. O estudante conta que chega a fumar diariamente dois maços, ou seja, 40 cigarros por dia. Ao calcular, em média, quantos cigarros ele teria fumado em dois anos, o estudante chegou ao número assustador de 29.200 cigarros. “Na hora que vi o resultado fiquei perplexo e a primeira coisa que pensei foi como meu corpo conseguiu aguentar. Não fumo exatamente dois maços de cigarro por dia, às vezes fumo menos ou até mais”, disse. O estudante confessa que, apesar da descoberta, ainda não conseguir se livrar do vício. “Nesses últimos dias, não tenho fumado dois maços por dia, mais chego a fumar uma carteira e meia”, revela. 

O maço de cigarros que Wallyson Douglas costuma consumir custa R$ 4,75, ou seja, o estudante gasta, em média, R$285,00 por mês em cigarros. Dessa forma, em dois anos, se o estudante continuar consumindo dois maços diariamente, ele terá desembolsado, em média, R$6.935,00. Se o seu vício fosse sustentado com um salário mínimo, esse comprometeria 36,16% da sua renda. 

O presidente da Associação Brasileira de Educação Financeira (Abefin), Reinaldo Domingos, destaca que o combate ao tabagismo não provoca prejuízos financeiros apenas para os viciados, pois, segundo ele, o tabagismo gera perda de bilhões de dólares por ano no mundo, metade dessa perda ocorre nos países em desenvolvimento. Dentro desse valor estão inseridos o tratamento das doenças relacionadas ao tabaco, as mortes de cidadãos em idade produtiva, crescimento da quantidade de aposentadorias precoces, aumento no índice de falta ao trabalho e menor rendimento. 

A fumaça do cigarro contém quase cinco mil substâncias tóxicas. Dentre elas, o alcatrão, composto por mais de 40 elementos cancerígenos, e o monóxido de carbono (CO) que dificulta a respiração ao entrar em contato com a hemoglobina, causando a obstrução de vasos sanguíneos. Já a nicotina, substância que causa dependência, acelera a frequência cardíaca causando hipertensão arterial e contrai os vasos sanguíneos. 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo, estima-se que um terço da população mundial adulta, aproximadamente 2 bilhões de pessoas, sejam fumantes e estudos mostram que a maioria dos fumantes são do sexo masculino. 

Várias cidades brasileiras já estabeleceram restrições ao uso do cigarro em ambientes coletivos com o intuito de proporcionar maior conforto e saúde tanto para os fumantes quanto para os que não fumam, pois esses ficam expostos aos males do cigarro por meio da fumaça. A Lei municipal a Lei Nº 4.034 de 2010 de autoria da vereadora de Teresina, Rosário Bezerra (PT), proíbe o ato de fumar em espaços fechados, semiabertos e abertos, onde haja movimentação de pessoas. Com quatro anos em vigor, a lei tem boa aceitação da população. “Fiquei muito satisfeita, com essa regulamentação a nível nacional que só veio somar à Lei Municipal de combate ao tabagismo. Atualmente, 11% da população brasileira fumam e esse novo regulamento contribui ainda mais para a diminuição desse percentual”, disse. Segundo dados divulgados pela Vigilância de Fatores de Riscos e Proteção para Doenças Crônicas (Vitigel) recentemente, Teresina é a sexta capital do país com o menor número de fumantes, 7,6% da população teresinense ainda mantém o vício. 

Calcular o quanto se gasta com maços de cigarro por mês pode ajudar o fumante a repensar sobre seu vício, que além de trazer inúmeros males para o organismo, ainda tem impacto no orçamento diariamente, sem contar os gastos com consultas e exames com frequência maior do que alguém que não fuma.

Fonte: Jornal O Dia