As chuvas que ocorreram nos últimos dias tem aumentado o nível das barragens do Piauí. Ingazeira, Jenipapo, Pedra Redonda, Nonato e Poço Marruás já sangraram.
Cinco barragens do Piauí já sangraram – a de Ingazeira, em Paulistana, com capacidade para 25,7 milhões de metros cúbicos; de Jenipapo, em São João do Piauí, com capacidade de 250 milhões de metros cúbicos; a de Pedra Redonda, em São Francisco do Piauí, com capacidade de armazenamento de 215 milhões de metros cúbicos; a de Nonato, em Dom Inocêncio, com capacidade de armazenar 54 mil metros cúbicos; e a de Poço Marruás, que é administrada pelo Governo do Estado, em Patos do Piauí.
“A situação das barragens é boa. Muitas delas receberam uma recarga considerável, em São Francisco do Piauí, a Salinas, está com quase 300 milhões. A de Pedra Redonda, em Conceição do Canindé, está com quase 200 milhões de metros cúbicos; a de Jenipapo, em São João do Piauí, está com quase 150 milhões de metros cúbicos. A recarga está acentuada e os níveis estão aumentando a cada dia”, acrescentou Djalma Policarpo, coordenador estadual do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS) do Piauí.
O chefe do Serviço Técnico do DNOCS, Francisco Ribeiro Soares, declarou que os 25 açudes do Piauí administrados pelo departamento têm capacidade de armazenamento de 1,765 bilhão de metros cúbicos de água e estão com 810,444 milhões de metros cúbicos, 45,09% do total da capacidade de armazenamento.
Francisco Ribeiro Soares disse que as notícias são favoráveis porque todas as 25 barragens administradas pelo DNOCS estão recebendo água, inclusive as que estavam em situação deplorável, principalmente as da região do semiárido do Piauí.
Segundo ele, a Barragem de Ingazeira já sangrou com 1,7 metro; a Barragem de Jenipapo sangrou, além da Barragem de Pedra Redonda, no rio Canindé, em São Francisco do Piauí.
“Nós só temos o que comemorar. A barragem sangra quando atinge a capacidade máxima, quando transborda para o vertedouro”, adiantou o engenheiro Francisco Ribeiro Soares.
Segundo ele, a situação mais crítica era a de Bocaina, no município de Bocaina, e a de Piaus. A barragem de Bocaina, com capacidade de 106 milhões de metros cúbicos de água, se encontrava com 14 milhões de metros cúbicos de águas e hoje está com 23,468 milhões; e a barragem de Piauí, em São Julião, que estava em volume morto, apesar de capacidade 104,509 milhões. Ela já está com 13,181 milhões de metros cúbicos e saiu do volume morto.
“A gente tem que comemorar. As chuvas podem trazer transtornos, mas as barragens não têm perigo nenhum”, salientou Francisco Ribeiro Soares.
Usina de Boa Esperança registra 43,5% de seu volume útil
O superintendente de Operação e Contratos de Transmissão de Energia da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Ruy Barbosa Pinto Junior, disse que o reservatório da Usina Boa Esperança registrou na última terça-feira (26), um armazenamento de 4.001 hm³, equivalente a 43,5% de seu volume útil, vazão afluente de 980 metros cúbicos por segundo e a defluência igual a 251 metros cúbicos por segundo.
Sobre se há risco de alagamentos em Teresina e nos municípios próximos nas margens do rio Parnaíba e Poti, Ruy Barbosa Júnior, disse que dependerá da quantidade de chuvas neste período e da utilização dos recursos energéticos disponíveis (geração térmica, eólica, intercâmbio, etc.) para o atendimento da carga do Nordeste, determinada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS, órgão responsável pela coordenação do Sistema Interligado Nacional – SIN, com vistas a sua otimização.
De acordo com ele, o período úmido na Bacia do Rio Parnaíba se estende de novembro a abril, sendo os meses de março e abril aqueles em que se contabilizam os maiores registros de ocorrência de chuvas. Mas a previsão climática de consenso para o trimestre janeiro, fevereiro e março de 2016 indica maior probabilidade de ocorrência de chuvas na categoria abaixo da faixa normal em grande parte da Região Nordeste.
A vazão de rio Parnaíba está 203 metros cúbicos por segundo no Alto Parnaíba; com 402 m³/s em São Félix de Balsas; 458 metros cúbicos por segundo, em Ribeiro Gonçalves; com 69,1 m³/s na Fazenda Bandeira; com 246 m³/s em Floriano; e com 909 m³/s, em Teresina.
O rio Poti está com uma vazão de 272 m³/s em Prata do Piauí.
Ruy Barbosa Júnior falou que a Chesf mantém em toda a bacia postos para o acompanhamento e controle de sua chuva e níveis d’água.(E.R.).
Fonte: Meio Norte