Invisíveis para boa parte da sociedade, eles nunca foram tão essenciais. Os coveiros são testemunhas vivas de grandes tragédias provocadas pela pandemia do novo coronavírus. Para atuar nessa área é preciso ter coragem e força para enfrentar o calor escaldante. 

 

José Ribamar relata os dramas vividos no período de pandemia

 

 

Nesse período pelo qual todos estão passando, os coveiros tiveram que se readaptar e adotar medidas para evitar o contato com pessoas. O coveiro José Airton, que trabalha há mais de 20 anos no Cemitério da Igualdade, relatou em entrevista ao Portal Costa Norte a dificuldade em orientar os parentes de vítimas da covid-19 sobre o risco de estarem presentes durante os sepultamentos. “Na hora que o corpo chega e os familiares tentam se aproximar, a gente aconselha para que eles mantenham distância, mas não adianta. O pessoal não atende o que a gente fala.”, disse. 

 

Mesmo com toda a exposição desses profissionais ao coronavírus, eles não foram classificados como grupo de risco. Seu Ribamar, que também é coveiro no local, falou sobre a falta de reconhecimento por parte das autoridades com sua área de atuação. “O momento tá sendo muito difícil pra nós porque é momento de pânico. Nós estamos na linha de frente diretamente e o que mais me preocupa é ser contaminado. Até agora nós não tomamos vacina, então realmente é muito difícil. Então os médicos, enfermeiros todos eles já foram vacinados, e nós até agora nada.”, contou. 

 

Ribamar revelou que na primeira onda da doença ele sentiu sintomas, mas que não chegou a fazer testes. “Na primeira onda eu senti, sim. Senti falta de paladar, não tinha ofato. Fui acometido de uma gripe muito forte fui até ao médico, ele me passou medicamento e graças a Deus eu fiquei bom.”, relatou.