Parnaíba

Falar em ti e de ti, é motivo de honra, orgulho.

De uma simples fazenda de gado, surgiu o teu reinado.

Cada palmo do Porto das Barcas retrata tua chegada, mansa, cautelosa.

Nas paredes firmes, gastas pelos anos, em cada grão de areia, histórias verídicas e fatos inéditos a serem relatados.

Tua biografia, ou retrato falado, é composta de célebres criaturas, que ajudaram a construir esse cenário maravilhoso que tem como fundo musical o no Igaraçu.

Braços fortes, vigorosos, deixaram marcas registradas no imenso patrimônio, que es tu, Parnaíba, que de forma angelical, simpática e sincera, tens o dom de cativar e se fazer notada

Gradativamente cresce

Teu povo pacato e ordeiro, tem prazer em falar e te defender.

O passado distante e tão próximo.

O que eram becos desertos, transformam em ruas movimentadas.

O comércio charque do passado, hoje dá lugar a tantos outros produtos de primeira necessidade, primeira linha.

Parnaíba de outrora, que vivia descalça e tinha trajes roto.

Tua “grife” traz diversas assinaturas do engenheiro ao jardineiro. Todos assinam embaixo.

Pequena, pequenina, um dia tu acolheste em teu seio de mãe abnegada, portugueses que se sentiram seduzidos pela bela música entoada pela água que banha o seio farto da lavadeira, sufoca os cachos da morena tostada pelo sol que doura teu festo de ondas calmas.

Velho monge, tuas longas barbas brancas guardam em sus espessas camadas histórias, estórias, cenas fortes e marcantes de quem incansavelmente passou e mergulhou em ti.

Tuas águas silenciosas servem de inspiração nos enamorados e ao poeta.

Sobre ti, “guia turístico”, a majestosa Ponte que presta homenagem ao teu desbravador maior Simplício Dias da Silva, faz a união dos povos que não sentem-se divididos com o teu espojamento, mas sim, privilegiados em saber que o Cantor Infinito conquista todos os segmentos da sociedade.

Arquiteturas lendárias, a primeira casa de comercio, escolas, os primeiros parlamentares, a belíssima matriz, a lendária Igreja do Rosário, onde os braços fortes dos escravos deram forma a Casa de Deus.

Clubes sociais, para uma sociedade de poucos homens Mas a munguba, também teve seu momento de glória.

Parnaíba, na tua bonita história, não poderia faltar o entretenimento do esporte, que ao longo dos anos vem buscando posição de destaque.

O tempo vai passando e cada dia torna-te conhecida nos locais mais longínquos possíveis.

Parnaíba de fatos verídicos, mas também de boatos. Boatos e fofocas que “rolam” no famoso e tradicional Bar Carnaúba.

Teu cognome Testa Branca pareceu inadequado, porém, tinha tudo haver com a tua chegada, teu surgimento.

Já não usas mais sandálias de rabichos, em desfilas de salto fino em alto estilo nas diversas passarelas da vida, por este mundo.

 Pequena por extensão e grande por determinação do teu povo e de quem te visita e sente-se conquistado enamorado pela ex-súdita, hoje, majestosa e respeitada Princesa do Igaraçu.

São muitas datas históricas e momentos especiais, mas o marco maior do teu histórico, é o teu surgimento.

Todos que fizeram e fazem parte desse contexto harmonioso e sadio, trazem consigo o que é de melhor de sentir orgulho de ser tua filha.

Patria amada!

Desbravada por tantos e amada por todos.

ONTEM, ACOLHIDA E RECOLHIDA ao anonimato.

HOJE, conhecida, admirada e propagada pelo turista que te visita Tua água mata a sede do visitante.

Simples menina-moça de pé no chão, que hoje tornou-se bonita e exuberante mulher.

Senhora das noites pacatas, porém alegres e festivas.

Dona de um potencial que desabrocha sem parar.

Teu brilho de estrela reflete no olhar e no sorriso dos teus filhos, sejam biológicos ou adotivos.

O vento forte, canta melodias bonitas e convidativas.

Parnaíba, dos apaixonados que conquistavam seus amores com calorosas serenatas.

Tua vida noturna, ainda inexpressiva, mas que caminha para um estrelato Pacata cidade, onde sentar-se na porta de casa e jogar conversa fora ainda é permitido.

A modernidade te alcançou e alcançará sempre, pois o trem, a antiga Maria Fumaça, faz parte de um cenário mudo (estação) e saudoso.

Terra simples, fértil de valores natos, ainda na sombra, no anonimato.

Princesa do Igaraçu, não és uma obra de ficção, muito menos utopia, és real, palpável.

O único Delta das Américas, traz teu nome, expressão maior de valor.

Cada rua tua representa páginas de um imenso livro inacabado, onde todos escrevem uma frase e fazem a vida acontecer.

A tua voz se fez ouvir exata e precisamente em 18 de agosto de 1762, ainda que singular, distante e tímido.

Guerreira por natureza, impôs sua bandeira de luta, dia 14 de agosto de 1844.

Parnaíba que se propõe a crescer, que teus caminhos por mais difíceis interditados, jamais sejam superados pelos obstáculos.

 

Por Zilda Aguiar