O ciclo reprodutivo das tartarugas marinhas no Delta do Parnaíba chegou ao fim em setembro, marcando o encerramento de mais uma temporada de desova e nascimento de filhotes. Entre janeiro e julho, centenas de fêmeas ocuparam as praias da região para depositar seus ovos , um processo que se estendeu até o fim do terceiro trimestre, quando os últimos filhotes deixaram os ninhos e seguiram rumo ao mar.

Ao longo da temporada, foram identificados 358 ninhos distribuídos nas praias piauienses de Luís Correia, Cajueiro da Praia e Parnaíba, além de áreas do litoral maranhense, como Tutóia e Araioses. Essas zonas fazem parte de um mosaico de ecossistemas costeiros protegidos, que inclui a Área de Proteção Ambiental (APA) do Delta do Parnaíba, a APA da Foz do Rio Preguiça e a Reserva Extrativista do Delta, reconhecidas pela relevância ambiental.

O monitoramento constante dos ninhos garantiu que mais de 25 mil filhotes chegassem com segurança ao oceano, fortalecendo os esforços de conservação das espécies ameaçadas que utilizam o Delta como um dos principais berçários naturais do Brasil.

Durante o período de observação, foram registradas cinco espécies: tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-verde (Chelonia mydas) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Entre elas, a tartaruga-de-pente apresentou o maior número de ninhos identificados.

O encerramento da temporada reafirma a importância do Delta do Parnaíba como refúgio fundamental para a reprodução das tartarugas marinhas e destaca a necessidade permanente de ações de proteção e monitoramento voltadas à preservação da fauna e dos ecossistemas litorâneos da região.