Kleber enfim falou. Pouco, um tanto arredio, mas falou. Por telefone, o jogador mais comentado da semana, pivô da mais nova crise do Palmeiras, conversou com o jornal Folha de S. Paulo, mostrou irritação com toda a situação e diz que ainda aguarda o clube procurá-lo para resolver o caso.”Não tenho nada para falar”, foi a primeira coisa que disse. Mas ele falou mais.
“Vamos deixar o tempo passar para que as coisas sejam resolvidas”, contou o atacante, meio mal humorado.
Então Kleber foi questionado se já foi procurado por alguém do Palmeiras. E, informado pelo repórter, que seu estafe já tinha feito um primeiro contato com Arnaldo Tirone, presidente do clube, o jogador disparou: “Não sei de nada. Se ele [Tirone] falou isso, é ele que está falando”.
A reportagem apurou que, após chegar do Rio, anteontem, o presidente palmeirense jantou com Giuseppe Dioguardi, agente do atacante.
No encontro, Tirone disse ao agente que não tem a intenção de liberar Kleber e que as declarações de Luiz Felipe Scolari contra o jogador foram feitas de cabeça quente.
Por isso, o presidente pediu a Dioguardi que acalmasse seu cliente e esperasse até terça-feira, quando Scolari retorna de Portugal, para decidir o futuro do atleta.
Até lá, Tirone deu folga a Kleber. A intenção do presidente é conversar com os dois separadamente, após a poeira baixar, para tentar fazer a conciliação e não perder dois dos maiores ídolos do time.
“Eu quero deixar o tempo passar. Vamos ver se vai mesmo ter essa reunião”, declarou Kleber, sobre a prometida reunião de terça-feira e a possibilidade de ficar.
Em seguida, Kleber foi questionado se tem recebido apoio dos jogadores. “O que é apoiar? O fato de o pessoal não ir para o jogo já mostra que todos estavam de acordo. A questão não é apoiar: o pessoal estava unido”, disse.
Referência ao episódio que culminou em sua discussão com Scolari. Após a briga de João Vítor com torcedores, Kleber liderou um motim para que o time não viajasse naquele momento. O fato motivou uma séria discussão entre ele e Scolari. Alguns jogadores apoiaram Kleber. E, no fim, ninguém viajou, todos foram no dia seguinte.
“Qualquer jogador faria o que eu fiz. Se fosse algum companheiro, eu faria a mesma coisa, ficaria da mesma forma, apoiaria”, contou. “Qualquer um que saia do time assim, dessa maneira, é ruim”, completou Kleber.
O atacante seguirá afastado da equipe até definir sua situação ou até terça, conforma a expectativa da diretoria.
E, mesmo após os discursos de Scolari garantido que não trabalha mais com Kleber, parece ainda existir uma pequena possibilidade de ele continuar no Palmeiras.
Fonte: Folha.com