Vivemos uma fase conturbada no que diz respeito às relações humanas. Nunca se falou tanto em DIFERENÇAS. Teoricamente seria fácil: cada um vive como quer, faz a escolha que melhor lhe convém. Mas, não é simples assim. Insistimos em achar que o que nos serve, nos agrada, nos fortalece, nos afirma perante a sociedade, nos redime perante nosso Deus, tem alguma serventia para o outro. E assim nos armamos de “coisas certas e coisas erradas”.
Existem as leis que como sociedade, aceitamos em cumpri-las para o bom andamento do convívio coletivo. Elas regulam o trânsito, os comportamentos em locais públicos, os atritos entre seres humanos, o sistema financeiro, e também tenta corrigir com suas penas, quem as infringe. O não cumprimento desse código é que deve ser cobrado, julgado, punido, não as escolhas pessoais que “passam é longe” de serem infrações.
Dessa forma, meu cabelo, minhas roupas, minha religião(ou ausência dela), meu conceito de “vida boa”, minha tatuagem(ou ausência dela), minha posição política e minha opção sexual, como o pronome que antecede a todos ressalta bem, são minhas. Tenho que ter consciência que minhas escolhas estão adequadas para a minha pessoa e, portanto, não posso defini-las como as “melhores e as corretas”, e muito menos forçar quem quer que seja a ser igual a mim. As tais “diferenças” estão primeiramente em nós mesmos. As diferenças dos outros, não nos cabe julgar.
É bem verdade que a pressão da “tal” sociedade existe, e se comporta de forma cruel, voraz e velada. Mas quem é essa sociedade senão cada um de nós somados? Então, ao demostrarmos para o outro nossa posição de respeito e aceitação das diferenças, estaremos contribuindo e muito para a tão sonhada mudança de pensamento dessa mesma sociedade que julga e cobra um preço tão alto por sermos DIFERENTES.
Autor: Geraldo Júnior, Técnico em telecomunicações pela Escola Técnica Federal do Ceará, hoje IFCE e Bacharel em Turismo pela UFPI. Representante da ACP Parnaíba na cadeira do Conselho Municipal de Turismo.