Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o El Ninõ se fortalecerá ainda mais este ano e poderá ser um dos mais intensos já registrados. O fenômeno é causado pelo aquecimento das águas do Pacífico e deverá afetar principalmente as regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Piauí, Ceará e Pernambuco serão os estados com maior impacto do fenômeno, que provocará elevação das temperaturas, chuvas reduzidas e irregulares. Segundo a meteorologista Sônia Feitosa, o El Niño irá atingir quase todo o País, mas, enquanto a região Norte e Nordeste sofrerá com as altas temperaturas, as regiões Sul e Sudeste terão excesso de chuva.
O fenômeno será forte até o mês de fevereiro de 2016, perdendo a intensidade gradativamente conforme as águas do Pacífico forem resfriando. “As temperaturas ficarão acima da média e o mês de dezembro vai estar mais quente do que o esperado, mas nada que seja considerado anormal. Este ano, foi muito quente, mas não registramos a maior temperatura de todos os tempos, e assim será com dezembro”, destaca Sônia Feitosa.
A meteorologista ressalta também que os estados poderão sofrer com outra variação climática, que acontece quando as águas do Atlântico Sul estão mais frias e as do Atlântico Norte mais quentes. Isso fará com que os meses de janeiro e fevereiro não tenham muita nebulosidade, ou seja, não haverá muitas chuvas.
Temperaturas elevadas contribuem para mal súbito
As altas temperaturas afetam diretamente as pessoas, causando mal -estar, como tonturas, dores de cabeça, fadiga e até ataque cardíaco. Segundo o cardiologista Victor Lira de Carvalho, os mais prejudicados são as crianças e idosos, que sofrem principalmente com a desidratação, além das pessoas com doenças crônicas.
“As pessoas perdem muito líquido com o suor e urina; por isso, precisam se hidratar bastante. O sangue também tende a engrossar, o que aumenta o risco de infarto e AVC [Acidente Vascular Cerebral] para quem tem pré-disposição, além dos fatores de risco, como a diabetes e colesterol, que acabam influenciando também”, explica.
Victor Lira reforça ainda que as pessoas devem evitar fazer atividades físicas em horários cuja temperatura seja mais elevada, devendo priorizar o início da manhã e final da tarde. Caso o indivíduo sinta sintomas como tontura, pressão alta ou baixa, dores de cabeça, entre outros, deve suspender a atividade física e buscar o auxílio de um médico.
“Se não melhorar em 10 minutos é fundamental que a pessoa procure um especialista, porque esse mal-estar pode ser tanto pelo calor que está elevado quanto por uma doença existente, mas que a pessoa desconhece. E claro, ingerir bastante água é muito importante, porque a perda de líquido aumenta consideravelmente nos períodos mais quentes”, finaliza o cardiologista.
Fonte: Jornal O Dia