Fla mostra armas para final: aproveitamento de 75% no Maracanã e meio time ‘campeão’
O Flamengo vai com todas as suas armas para a decisão da Copa do Brasil amanhã, diante do Atlético-PR. O palco da final é a principal delas. No Maracanã, a equipe tem um aproveitamento de 75% na temporada. Em campo, está a outra vantagem, além de poder empatar por zero a zero. Dos os onze jogadores titulares atualmente, cinco já decidiram a competição, e seis já disputaram uma decisão de torneio nacional.
— O fator Maracanã é indiscutível. É um torcedor diferente. O Maracanã foi com certeza o ponto forte —, atesta o goleiro Felipe.
O camisa 1 é um dos que já foram campeões da Copa do Brasil. Além dele, Leo Moura, Chicão, André Santos e Elias. Wallace, um dos líderes do grupo, disputou a final de 2010 pelo Vitória, e foi campeão brasileiro em 2011 pelo Corinthians, onde também levou a medalha pelo título da Libertadores de 2012, mesmo sem jogar. A experiência de todos não impede que haja ansiedade.
— Ansioso até os mais experientes estão —, acredita Felipe, que brincou dizendo que dormiria até o jogo.
Imagina os mais novos, então. Único titular revelado no clube, Luiz Antonio já disputou Libertadores, mas nunca uma decisão de campeonato. Quem dirá Amaral, Paulinho e Hernane, com a primeira passagem em time de expressão. Mesmo com carreira internacional, até Carlos Eduardo não viveu essa emoção. Ainda assim, o time tem se mantido seguro inclusive quando fica atrás no placar.
— A tranqüilidade que estamos tendo deixa a gente satisfeito, mas não vai valer nada se não levarmos o titulo. Por mim dormiria hoje e acordava na hora do jogo. Estou louco pra saber como estará o Maracanã —, confessa Felipe, certo de que a maior força do Flamengo só será conhecida na hora da decisão.
Em 2013, mesmo que tardiamente, o Maracanã foi sinônimo de bons resultados. No total, o clube disputou 16 partidas no estádio, vencendo onze, empatando três e perdendo apenas duas. Uma delas para o próprio Atlético-PR, de virada, pelo Brasileiro. De lá para cá, com a demissão de Mano Menezes, ficaram as lições.
— Foi a partir dali que a equipe foi outra. Os erros não podem acontecer de novo — alertou Felipe, de volta em momento decisivo pós-lesão.
Fantasmas exorcizados antes da decisão
Prestes a disputar, de fato, o jogo do ano, o Flamengo exorciza seus fantasmas e lembra das dificuldades superadas para chegar à decisão. Diante do mesmo Atlético-PR, os jogadores viram Mano Menezes desistir de uma equipe que não correspondia, que era criticada por torcedores pela falta de qualidade, e chamaram para si a responsabilidade. Felipe, um dos líderes do grupo, contou como foi a reunião com a diretoria no auge da crise.
— Quando o Mano saiu foi uma surpresa, eu soube por telefone, não acreditei, dois dias depois fizemos um reunião, soubemos que Jayme seria o treinador, e eu falei que ou a gente mudava de atitude ou não iria escapar — lembra o goleiro, que não atuou naquela partida, mas caiu na real junto aos demais que a briga para não ser rebaixado poderia ser dramática. Nesse momento, os atletas concluíram que nenhum treinador poderia querer resolver a situação se o próprio elenco não mudasse.
— Já tinham passado três grandes profissionais e a gente estava na mesma. E a culpa caindo nos treinadores. Tava na hora de a gente assumir mais a culpa. A galera assumiu a responsabilidade, tiramos dos treinadores, e começamos a nos cobrar mais, so a gente podia mudar a situação. Os atletas que não vinham rendendo começaram a render mais — contou.
O técnico Mano Menezes foi procurado para comentar a atual situação do Flamengo, mas sua assessoria informou que ele só daria entrevistas depois do fim da temporada. Segundo foi informado, Mano não quer aparecer pois já teve seu nome aparecendo na lista de interesses de alguns clubes, como Corinthians e Santos. No Flamengo, é pagina virada.
Fonte: Extra