Grandes empresas brasileiras terão de quitar mais de meio trilhão de reais em dívidas até 2020
Bomba à vista Levantamento feito a pedido do governo mostra o tamanho do estrago na economia: as 25 maiores empresas de capital aberto do país têm, juntas, mais de meio trilhão de reais em dívidas vencendo somente nos próximos quatro anos. Com a recessão instalada, boa parte dessas companhias terá de refinanciar o que deve na praça, segundo banqueiros. E é isso que apavora governo e grandes bancos privados. Em média, 60% desses empréstimos foram contraídos no Brasil.
Difícil para elas As empresas enfrentarão ao menos dois problemas, segundo executivos do mercado. De um lado, juros mais altos no Brasil. De outro, dificuldade de conseguir empréstimos lá fora, com investidores temerosos sobre a situação do país.
Difícil para eles Entre banqueiros, cresce o temor dos reflexos no sistema brasileiro. A avaliação é que, em breve, o governo terá de agir, liberando parte do compulsório ou lançando linhas de crédito para a recompra de títulos no exterior.
He’s back André Esteves apareceu de súbito no BTG. A visita pegou gente graúda de surpresa e deixou outros em polvorosa. Há expectativa de que ele reassuma um cargo, agora que não há restrição legal.
Show de Cunha A AGU quer usar, na defesa de Dilma, entrevista de Eduardo Cunha ao “Roda Viva” em 2015. No programa, ele disse que a petista não cometera “qualquer ato de improbidade administrativa” no atual de mandato.
Filigrana Técnicos do órgão também têm sugerido aos parlamentares que registrem nas atas todo tipo de questionamento sobre o rito. Isso facilitaria a judicialização do processo no futuro.
Trégua Apesar da promessa de não votar nada enquanto o impeachment não passar no Senado, a Câmara deve abrir exceção para uma medida provisória que dá benefícios a produtores rurais.
Ironia Até dias atrás, Raimundo Lira (PMDB-PB), que deve presidir a comissão no Senado, tinha poder de sobra no Planalto. Era cotado para líder do governo e ainda reverteu uma indicação da Anac.
Deu ruim A reversão, aliás, foi o estopim da carta de Temer a Dilma. O problema é que o indicado de Lira para a agência também não vingou.
Afinados Michel Temer gostou do encontro com Henrique Meirelles. O vice ainda falará com outros economistas para definir seu ministro da Fazenda caso assuma o governo, mas, até agora, Meirelles é o primeiro da lista.
Quem manda Políticos já consultaram empresários que seriam diretamente influenciados pela nomeação de Meirelles sobre a possibilidade de ele se afastar do setor privado para assumir a vaga.
Sete chaves Temer tenta esconder a definição de sua equipe o quanto pode. Não quer dar um passo em falso nem melindrar o Senado.
Para depois Também por isso a equipe do vice prefere adiar o lançamento de seu programa na área social para depois da votação. Quanto menos munição der para seus rivais o atacarem, melhor.
Paralelos Temer tem demonstrado simpatia com a possibilidade de que a reforma da Previdência altere regras apenas para novos ingressantes no mercado de trabalho. Assim, dois sistemas coexistiriam por um período.
Apressadinho A presidente e o vice saíram no mesmo horário de suas casas nesta segunda. A comitiva de Temer, contudo, entrou primeiro na rua de acesso ao Planalto. Dilma teve de esperar.
Faça o que digo De um petista influente sobre a avaliação de Fernando Haddad de que o PT perdeu espaço na esquerda: “Há uma distância entre o que ele diz e o que faz. Ele poderia dar exemplo, liderar, mas não”.
TIROTEIO
De novo erramos ao falar de uma posição que ainda não está tomada. Batemos cabeça e passamos ideia de confusão à sociedade.
DO DEPUTADO MARCUS PESTANA (PSDB-MG), sobre as declarações de tucanos em relação a um eventual governo Temer antes da decisão formal do partido.
CONTRAPONTO
Número da sorte
Hospedados em Foz do Iguaçu (PR) para participar do Fórum Empresarial, promovido pelo Lide no feriado, deputados aproveitaram a proximidade com a tríplice fronteira para tentar a sorte em cassinos do Paraguai.
Em uma das esticadas, Efraim Filho (DEM-PB) se concentrou na roleta. Conservador, apostava só no preto ou no vermelho, em que as chances de sucesso são de quase 50%. Já perto de ir embora, decidiu arriscar. Enquanto colocava US$ 5 no número 13, pensou em Dilma Rousseff e exclamou, lembrando o bordão do impeachment:
— Tchau, querida!
A bolinha parou no 13, e o deputado embolsou US$ 175.
Fonte: Painel – Blog Folha Uol