Apesar da greve continuar, os Correios informaram que cerca de 9,4 milhões de correspondências foram entregues no último final de semana, por meio de mutirão. A paralisação dos funcionários completou 13 dias ontem. Segundo os Correios, 18% de funcionários aderiram à greve e 35% das entregas estão atrasadas.
Nesta segunda-feira, o comando nacional da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios, Telégrafos e Similares) emitiu nota aos sindicatos regionais recomendando a manutenção da greve por “tempo indeterminado”.
A federação demanda reajuste de R$ 200, reposição inflacionária de 7,16% e piso salarial de R$ 1.635. Para a Fentect, a resposta dos Correios às propostas feitas pela federação, na semana passada, não foram satisfatórias. Na última sexta-feira (23), a empresa propôs reajuste de 6,87% sobre o salário e os benefícios, R$ 50 de aumento linear a partir de janeiro de 2012 — o que representa um aumento de 13% para 60% dos trabalhadores — e R$ 800 de abono.
Tal proposta foi a reapresentação do que os Correios haviam oferecido no início da greve. Os funcionários da empresa afirmam que a resposta mostra a “intransigência” dos Correios ao se “recusar a negociar com os trabalhadores”, segundo nota.
“Nós já apresentamos nossa proposta e a empresa deu negativa. Não tem porque apresentarmos novas demandas, a não ser que reabram as negociações. Como não há nada oficial até o momento, não há o que fazer”, disse José Gonçalves de Almeida, diretor da Fentect.
De acordo com os Correios, as demandas mais recentes da Fentect estão “acima das possibilidades orçamentárias da empresa e inviabilizariam a sustentabilidade da ECT”, por ter impacto de R$ 4,3 bilhões na folha de pagamento — cerca de 70% do custo anual da folha. Caso fosse atendida, a proposta da federação causaria elevação de despesa com pessoal para 80% do orçamento da empresa.
Fonte: Jonal Meio Norte