Dança e ação social. Estas são as características do Grupo Cultural Raízes do Nordeste, que tem como ponto de cidade de Parnaíba , no Litoral do Piauí , mas que já percorreu vários estados com suas coreografias. Além dos movimentos que remetem à cultura nordestina, o grupo formado por 10 jovens é responsável também por levar alegria a centenas de crianças na periferia da cidade.
O grupo realiza há cinco anos o Projeto Faça uma Criança Sorrir com menores da comunidade Vazantinha. Até o ano passado o projeto era realizado apenas no período alusivo ao dia das crianças e o grupo saía no comércio em busca da doação de brinquedos, roupas, calçados e lanche para distribuir entre as crianças. Com essa iniciativa o Raízes do Nordeste recebeu em 2012 o prêmio ANU da Central Única de Favelas (Cufa) do Rio de Janeiro.
“Com o reconhecimento do Prêmio Anu, decidimos realizar mensalmente um momento com cerca de 30 crianças no nosso espaço de ensaio. Firmamos recentemente parceria com a artista plástica Esther Silva que nos auxiliará com oficinas de arte e com contagem de histórias”, disse Fabiana Reis, coreógrafa do grupo.
O grupo parnaibano foi selecionado para o Prêmio ANU com o espetáculo ‘Ruído da Senzala: um grito de liberdade’, que retrata o legado do negro africano para a cultura brasileira muito além da povoação e da prosperidade econômica, mas traduzido na linguagem, religião, culinária, arte, música e dança.
Criado há 10 anos a partir de um projeto missionário da igreja católica, o Grupo Raízes do Nordeste foi inicialmente formado pelas adolescentes Priscila, Fabiana, Tatiana e Mariana, que deram o nome inicial ao grupo de dança, o ‘PFTM’. As quatro meninas estavam prestes a deixar o projeto da igreja quando foram convidadas a dançar.
“Era um dia qualquer para as pessoas, mas pra mim era muito especial, pois sabia que iniciava minha carreira, tudo o que eu mais queria era dançar, montar coreografias, enfim ensinar e ser ensinada.”, lembrou Fabiana Reis.
Das primeiras coreografias ao figurino feito em TNT, o Raízes do Nordeste já figurou na programação dos maiores festivais de dança e cultura da região como o Encontro Nacional de Folguedos e o Passos de Arte Norte e Nordeste.
Durante esses 10 anos de atividades já foram coreografados cerca de 100 músicas e ganharam destaque as temáticas que envolvem meio ambiente, inclusão social, educação, Nordeste e claro, o Piauí.
“O nome Raízes do Nordeste surgiu em 2008 como projeto para a seleção da Aliança Mandu, momento este em que o grupo começou a se estruturar. Foi a partir de então que passamos a desenvolver espetáculos voltados para a cultura piauiense, africana, tendo o sertão como foco. Essa união pode ser feita tendo como base o repertório que permite através da letra ou ritmo inserir passos característicos de outras regiões, de acordo com a proposta do espetáculo e utilizando-se também diversos elementos cênicos”, explicou Fabiana.
No segundo semestre o grupo pretende fazer uma retrospectiva de todas as suas montagens para comemorar os 10 anos.
Fonte: G1