“Parece estranho ficar aqui, mas não é nada desconfortável. Espero que esta seja a primeira de muitas doações que vou fazer”, afirma a estudante secundária Beatriz Medeiros, de 19 anos, enquanto doa sangue no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi).
A primeira experiência não foi tão assustadora como pensava, e Beatriz já pensa em se tornar uma doadora assídua. A verdade é que muitas pessoas, como a estudante, estão procurando o Hemopi para se tornarem doadores, mas, em contrapartida, a crescente demanda por sangue nos hospitais ainda é um sério problema no Piauí.
“O número de doadores tem aumentado significativamente, mas a demanda por sangue, por conta de cirurgias, acidentes e outras coisas, também cresceu muito. Então, ainda precisamos muito que as pessoas nos procurem para doarem. É uma coisa de extrema importância para todos”, afirma Socorro Sena, coordenadora de captação de doadores do Hemopi.
Diariamente, cerca de 150 doações são feitas no Hemocentro, mas, de acordo com a supervisa de distribuição, Rosângela Menezes, seria necessário mais que o dobro disso para que todas as pessoas que precisam de doação fossem atendidas.
Nos últimos três anos, o Hemopi recebeu doação de sangue de mais de 90 mil pessoas, dos quais apenas 13 mil passaram a doar frequentemente. O número de doações no Estado aparece muito abaixo da média nacional e é ainda mais alarmante quando comparado com as exigências feitas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo dados do próprio Hemopi, apenas 0,5% dos piauienses doam sangue frequentemente. Há cerca de dois anos, essa porcentagem ultrapassava 1%. O Hemopi já passou por momentos de estoque muito baixo, o que preocupa hospitais e serviços de emergência.
Fonte: O Dia