Hernane disputa um campeonato à parte do Flamengo. A meta do clube é se livrar do rebaixamento no Brasileiro. A do atacante, se tornar o artilheiro rubro-negro no século 21. Basta fazer mais cinco gols e ultrapassar Edilson, que, em 2001, anotou 28 tentos. Solidário, o Brocador, que adotou o bigode como novo visual, sabe que sua boa fase depende do time.
— Enquanto não tiver duas vitórias seguidas, não vai acabar a crise — alerta. — Se ganhar dois jogos já tem que pensar em Libertadores. Está equilibrado — empolga-se.
A paz no Flamengo tem boa parcela de contribuição do atacante. Com nove gols no Brasileiro, oito no Maracanã que lhe faz o artilheiro do novo estádio e um contra o Criciúma no primeiro turno, ele agora espera ser mais decisivo fora de casa.
— Vou quebrar isso contra o Coritiba — promete.
Segunda opção no ato da contratação de Marcelo Moreno, Hernane conquistou seu espaço de vez, mas no fim do ano pode ser solução também para os cofres do clube.
Com multa contratual avaliada em € 8 milhões, algo entorno de R$ 25 milhões, o atacante tem se valorizado e pode aliviar as finanças rubro-negras em caso de investida do exterior.
Aos 27 anos, porém, Hernane só pensa em se firmar no Flamengo e cumprir seu contrato até 2016. Mas uma proposta sedutora para as duas partes mudaria os planos. Hoje, o Brocador só acompanha os números para saber quem precisa ultrapassar para fazer história.
—Sei que hoje tem o Zico no primeiro lugar, que ninguém vai bater. Mas tem o Edilson em 2001 com 28 gols no ano. Procuro fazer esses trinta que prometi. Para entrar na estatística. Por enquanto o Edilson é a minha meta — avisa.
Ciente das suas limitações e das deficiências da equipe, Hernane tem em comum com o Flamengo quando um ditado das arquibancadas vem à tona. Deixou chegar, o Brocador empurra para as redes. Mas quando isso não acontecer, ele tem a receita:
— Tem que aprender a ganhar de um a zero e empatar em dia que não for bom — aconselha o artilheiro.
Fonte: Extra