Os números mostram que no Piauí o índice de gravidez na infância e adolescência está acima da média nacional. A falta de preparo do próprio corpo da mulher põe em risco a vida dela e a do bebê, tanto que a mortalidade infantil nesses casos é bem mais alta, sem falar na mudança de perspectiva.
Jane foi mãe aos 17 e se tornou avó aos 29, quando descobriu que a sua filha de 11 anos estava grávida. “Foi maior medo que eu tive na minha vida, de ter uma filha dessa idade numa gravidez de alto risco. Ela já tava com cinco meses de gestação”, declara.
A gravidez na infância e adolescência ainda é um grande problema no país. Dados da última pesquisa do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o índice de meninas com idade entre 10 a 19 grávidas que ficaram grávidas no país foi de 16,4%. No Piauí, esse índice é um pouco mais preocupante, 17,6% e em 22% das mortes infantis ocorreram na gravidez na adolescência.
O fato mais preocupante é que vem aumentando a taxa de gravidez no grupo das meninas de 15 anos. Segundo o Ministério da Saúde, no ano de 2004 era de 8,6 por grupo de mil crianças nascidas vivas, mas só que em 2009 essa taxa cresceu para 9,6.
Para o obstreta Arimatéia Santos trata-se de um problema de saúde pública e os riscos são maiores porque a adolescente está ainda com o corpo em desenvolvimento. Ele acredita que é necessário a criação de um ambulatório para atender essas pacientes.
Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostrou que entre as meninas de 10 a 17 anos sem filho apenas 6,7% estavam fora da escola, com filho eram 75,7% e 57,8% também não trabalhavam.
Para a psicóloga Diane de Alcântara, as meninas estão ficando grávidas cada vez mais cedo por fala de orientação dentro da família e da escola. “A adolescente quando engravida tem um pouco de ruptura daquilo que ela iria fazer”, destaca.
Fonte: Globo