Corpo de Eliza nunca foi encontrado. (Foto Reprodução)

Setenta e três vezes. Este foi o número de ligações feitas entre Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e Eliza Samudio, no dia em que a modelo foi sequestrada, em 4 de junho de 2010.

No conjunto de provas da Polícia Civil e do Ministério Público de Minas Gerais, o excesso de telefonemas para a ex-amante de seu melhor amigo, o goleiro Bruno de Souza, pode ser um indicativo de que Macarrão já controlava cada passo da modelo antes do cativeiro.

A apuração da polícia também revelou que dois desses telefonemas foram dados em momento marcante para o fiel escudeiro de Bruno: quando ele tatuava nas costas a prova de sua amizade com o jogador. “Bruno e Maka. A amizade nem a força do tempo irá destruir, amor verdadeiro”.

Apesar de rastrear as ligações através da quebra de sigilo telefônico do acusado, no processo de 38 volumes e mais de 10 mil páginas, não foi possível identificar o teor das conversas entre os dois.

O atleta, Macarrão e outros três réus serão julgados pelo desaparecimento e morte de Eliza a partir de segunda-feira, no 2º Tribunal do Júri de Contagem, em Minas Gerais.

Mas, na tese da promotoria para manter a acusação, pesam os relatos de testemunhas de que, antes de sequestrar a jovem e seu filho, o bebê Bruno Samudio, de apenas 4 meses, Macarrão alegou que queria ‘dar um susto’ em Eliza.

Para isso, ele chamou o então menor J., primo de Bruno, para se esconder dentro da Range Rover que foi usada no sequestro.

Depois de pegar a mulher e a criança no Hotel Transamérica, na Barra da Tijuca, o adolescente entrou em luta corporal com Eliza e a feriu com três coronhadas na cabeça.

Dois anos após o crime, a intensa relação entre Bruno e Macarrão já não é mais a mesma. Separados em dois pavilhões da penitenciária Nelson Hungria, em Nova Contagem (MG), os amigos não têm mais contato.

Segundo pessoas próximas ao atleta, Macarrão interferia na vida pessoal de Bruno. A confidentes, a ex-amante Eliza Samudio escreveu que o goleiro sofria influência de “amigos”.

Ingrid Calheiros, a dentista noiva de Bruno, declarou à polícia que não se dava bem com Macarrão por ele interferir em seu relacionamento. Sérgio Rosa, primo de Bruno, também teve desentendimento com o amigo do goleiro porque ele não queria a aproximação entre os dois.

Defensor do atleta, Rui Pimenta insinuou que Macarrão nutriria sentimento homossexual por Bruno. Nunca foi confirmado. Macarrão disse que processaria o advogado pela declaração.

Em carta, Bruno parece pôr à prova a amizade que surgiu ainda na adolescência. O goleiro pede perdão ao amigo, mas deixa claro pedido para que Macarrão assuma a culpa em seu lugar.

“Você me disse que, se precisasse, você ficaria aqui e que era para eu nunca te abandonar. Então, irmão, chegou a hora”,diz o texto do goleiro.

Fonte: meionorte.com