A Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA) em conjunto com o Conselho Tutelar Leste ordenou durante uma audiência, que Maria dos Milagres, 20 anos, não se aproxime de sua filha de um ano e dois meses. A mulher é acusada de espancar diversas vezes e causar sérias fraturas na própria filha. Segundo o conselheiro tutelar Bentos Alves, o caso, que aconteceu no bairro Cidade Leste, Zona Leste de Teresina, causou espanto até nos médicos que atenderam a menina.
“Os pais são separados e quando o pai chegou à casa para buscar as duas filhas na sexta-feira (27), percebeu algo estranho com a menor. Ao se deparar com o olho direito da criança roxo e com os braços e pernas da criança inchados, levou a menina a DPCA onde foi registrado o boletim de ocorrência”, conta.
Em seguida o bebê foi levado ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT), onde foi constatado hematomas nos braços, pernas, ombro e olho direito. Também foram comprovadas fraturas antigas e graves. “Ao se deparar com a situação os próprios médicos ligaram para a polícia pedindo que a mãe, responsável por isso, deveria ser presa. Eles afirmam que através da primeira análise, era provável que as agressões tivessem começado desde os seis meses de vida do bebê”, relata Bento.
Por conta disso, o DPCA agora investiga Maria dos Milgares pelo crime de lesão corporal de natureza grave e as polícias Cilvil e Militar tentaram efetuar a prisão em flagrante dela ainda no dia 27 de setembro, mas ela não foi encontrada.
De acordo com Bento Ales, os traumas mais graves chegam a comprometer os movimentos de locomoção da menina. Ele explica que a equipe médica chegou a recomendar que a criança passasse por até cinco procedimentos cirúrgicos, mas por conta da pouca idade, acabaram descartando a ideia.
“A menina ficou internada no HUT até está segunda-feira (30) quando foi transferida para o Hospital Infantil de Teresina. Lá os médicos disseram que por causa de todas as fraturas a criança tinha que passar por até cinco cirurgias. Os procedimentos só não foram realizados devido a pouca idade. Os procedimentos poderiam prejudicar ainda mais o desenvolvimento dela. O tratamento adotado foi enfaixar a criança, recomentar constantes retornos ao hospital e fisioterapia”, declarou.
O conselheiro tutelar explica ainda que Maria dos Milagres é reincidente. Em agosto, o Conselho Tutelar já havia recebido denúncia de maus tratos contra a criança, mas na ocasião a mulher rebateu as acusações e foi notificada. A época foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
“Na primeira vez, os exames do Instituto Médico Legal comprovaram as agressões tanto na bebê como em sua irmã de quatro anos. A suspeita atribuiu as mesmas a uma tia das crianças. Realizamos uma audiência na DPCA onde notificamos o pai e a mãe, além de solicitarmos que a crianças maior, de quatro anos, retorne à escola. O que ficou comprovado dessa vez foi que ela não cumpriu nenhuma das recomendações e que as agressões continuaram”, disse.
Fonte: G1 Piauí