Os partidos PSDB, DEM, PSD, PTB e o próprio PMDB entregaram menos votos ao governo nesta quarta-feira, 25, do que na primeira denúncia, em agosto, quando o presidente Michel Temer foi acusado pelo crime de corrupção passiva. No caso do PSDB, o cenário foi ainda pior para o governo, já que a maioria da bancada votou contra Temer desta vez. Foram 23 votos a favor da continuidade da investigação e somente 21 a favor do presidente.
Na primeira votação, a bancada já havia rachado, mas na época os tucanos deram 22 favoráveis ao presidente da República e 21 contra.
O resultado final na bancada tucana mostrou um distanciamento entre o partido e o governo. O desfecho foi interpretado como uma derrota do senador mineiro Aécio Neves (PSDB-MG), que era considerado o principal responsável pela manutenção da aliança entre os dois partidos. De agosto para cá, Aécio chegou a ser afastado das funções parlamentares pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
No DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), Temer obteve 23 votos em agosto e apenas 20 agora. O deputado Abel Mesquita (RR) foi um dos que havia votado contra o prosseguimento da denúncia e, desta vez, votou a favor da continuidade da investigação.
Temer também perdeu votos no PSD, do ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia). O líder da bancada, deputado Marcos Montes (MG), já havia avisado que o número de descontentes na bancada havia crescido. Os deputados Heuler Cruvinel (PSD-GO), Delegado Éder Mauro (PSD-PA), Jaime Martins (PSD-MG), João Paulo Keinübing (PSD-SC) mudaram os votos desta vez e tiraram o apoio a Temer.
No PMDB, partido de Temer, a quantidade de votos favoráveis ao governo foi menor, mas isso aconteceu porque a bancada do partido na Câmara diminuiu.
Outros partidos, no entanto, entregaram mais votos a Temer. Esse foi o caso de PR, PSC e PRB. No partido do ministro Marcos Pereira (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviçõs), o PRB, Carlos Gomes (RS), Ronaldo Martins (CE) e César Halum (TO) votaram contra o governo na primeira denúncia e, agora, ajudaram a enterrar a segunda denúncia.
Fonte: Estadão