A escolha de interromper a gravidez nunca é fácil e muitas vezes é emocionalmente dolorosa para a mulher. O aborto pode ser espontâneo, quando ocorre de forma acidental ou natural, e induzido, quando a saúde da gestante ou do bebê corre perigo. Seja qual for a opção, o acompanhamento de um médico especialista é obrigatório.
A estudante não identificada e que teve um aborto espontâneo quando estava com 45 dias de gestação, revela que havia planejado tirar o filho e conta que algumas colegas teriam feito o mesmo. “Disse que era normal, que não iria acontecer nada. Mas só que algumas tiveram complicação já. Foram para o hospital e chegando lá eles sabem quando a pessoa toma ou não o remédio”, declara a jovem.
Estudos feitos pela Organização não governamental Ipas Brasil indica que a cada três crianças nascidas vivas no Brasil, uma é morta em aborto induzido. Segundo dados do Ministério da Saúde, estima-se que em 2010 foram realizados um milhão de abortos no país.
No Piauí não há existe dados confiavéis sobre o número de abortos provocados, mas na maior maternidade do estado diariamente são feitas quatro curetagens, procedimento de retirada do resto do feto do útero da mãe. Por mês esse número pode chegar a 120 casos.
A prática do aborto é ilegal e cheia de riscos para a gestante. Apesar da incidência de abortos induzidos ter diminuindo na última década ela ainda é alta para os padrões de saúde pública. Para o ginecologista Arimatéa Santos Júnior, por ser uma prática ilegal não se tem o número exatos de abortos provocados. O mais comum é a gestante chegar no hospital sagrando e nem sempre é possível saber a causa da morte do feto.
“Muitas vezes elas não procuram a assistência médica para saber se esse aborto foi total ou incompleto e por conta disso fica resto do feto na cavidade uterina. Nisso resiste o grande problema, porque quando ela procura atendimento ela está com um quadro de infecção generalizada e pouco se tem a fazer com essa paciente nesse estágio, aumentando assim nossos índices de mortalidade materna”, destaca o especialista.
O método mais comum para o uso do medicamento Prostaglandina, mas conhecido como Cytotec. O remédio que é utilizado para tratamento de úlcera tem venda proibida no país e chega de forma clandestina nas gestantes.
Fonte: G1