Aqui não vou entrar no mérito se o hábito de ‘dar esmolas’ é politicamente correto, ou não. Essa é uma discussão sociológica antiga que não me cabe entrar nela nesse momento.
O que percebo em Parnaíba com certa preocupação é que do dia para a noite passamos a nos tornar reféns de determinadas situações. Seja no caixa do supermercado, da farmácia, da padaria e principalmente ao retornar para nosso carro no estacionamento, nossa preocupação é sempre a mesma: O trocado disponível para o “flanelinha” ou para o ‘pedinte’ que já nos estuda há alguns minutos sempre de olho em nossa bolsa, nosso troco, na placa de nosso carro e pior, em nossos filhos.
Eu por exemplo, moro num condomínio em que sinto como tivesse que pagar pedágio para entrar em casa. Uma quadrilha travestida de família de ciganos aborda a maioria dos carros (não o meu, porque só tentaram uma vez) dos moradores que encostam no portão do prédio para entrarem em seus apartamentos, pedindo-lhes “um trocado” para com o produto do “apurado” se drogarem à luz do dia, na frente de seus filhos, na calçada do nosso condomínio. Alguns moradores, de boa fé, contribuem por ingenuidade e talvez por medo de represália.
Citei esse caso só como exemplo. A banalização da inversão de valores virou regra! O cidadão parnaibano vive extorquido pela criminalidade e acaba patrocinando, mesmo sem saber, um verdadeiro banquete de drogas para retroalimentar a “lombra” desses infelizes para que eles voltem a nos roubar, extorquir, seqüestrar e até nos matar.
Disse alguma mentira?