Ministério da Saúde pretende testar 24% da população para o novo coronavírus, o equivalente a 50 milhões de pessoas, antecipou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, nesta terça-feira, 23. Metade será testada com o tipo RT-PCR, e a outra metade, por meio dos testes rápidos. Além disso, o ministro interino da pasta, general Eduardo Pazuello, disse que o diagnóstico médico é “soberano” e que deve passar a compor a base de dados sobre a covid-19, mesmo sem ter a confirmação dos resultados laboratoriais.

 

Pazuello prometeu apresentar nesta quarta, 24, o plano completo de orientação de testagem em massa, em que vai detalhar quem é o público-alvo e período em que se dará a estratégia.

 

Em audiência pública virtual a uma comissão mista do Congresso Nacional que analisa as ações econômicas de combate à pandemia, Pazuello disse que o ministério distribuiu 11,3 milhões de testes. Desses, 7,5 milhões tratam-se de testes rápidos, e os outros 3,8 milhões são de RT-PCR, considerado padrão-ouro.

 

Pazuello disse que, agora, estão limitados “à capacidade humana, e não de equipamento, para pegar a amostra e colocar na máquina de processamento.”

 

“Desde meados da semana passada para cá, os Lacens (Laboratórios Centrais de Saúde Pública, responsáveis por realizar os exames em seus respectivos Estados) estão recebendo com regularidade os swabs (cotonetes que retiram amostras das vias respiratórias) e os tubos para fazer as coletas”, disse Medeiros. “Quando o Lacen excede a capacidade de processamento, a gente já tem uma logística para a distribuição desses testes para a Fiocruz (no Rio de Janeiro) e para São Paulo (na rede de laboratórios Dasa)”, completou o secretário de Vigilância de Saúde.

 

No início do mês, Pazuello reconheceu que o País não vai conseguir cumprir a meta de processar mais de 40 milhões de testes de coronavírus. Originalmente, a meta do ministério era de realizar 46 milhões de exames, sendo 24 milhões de testes moleculares e outros 22 milhões de testes rápidos, até o final de 2020.

 

Diagnóstico clínico

 

O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse que o diagnóstico clínico também passará a compor a base de dados de casos de covid-19. Assim, segundo ele, os gestores poderão compreender melhor a evolução da doença, sem depender apenas da confirmação dos testes laboratoriais.

 

“O diagnóstico médico, o diagnóstico clínico é soberano. Nossos médicos têm, sim, capacidade e direito de diagnosticar os pacientes, dando o protocolo e o tratamento que achar que devam fazer”, defendeu. “Então, o diagnóstico clínico passa a ser base de dados também para que possamos compreender a evolução da doença, e não ficar apenas imaginando se aquele teste tem 30% de erro, ou se foi feito na hora errada”, justificou.

 

Atualmente, o protocolo para descobrir se uma pessoa foi infectada com a covid-19 ou não começa com o médico fazendo o diagnóstico clínico, avaliando os sintomas típicos provocados da doença ou histórico de proximidade do paciente com pessoas que testaram positivo para a covid-19.

 

Caso o paciente apresente os sintomas ou tenha tido proximidade com alguém infectado, o médico solicita testes RT-PCR ou testes rápidos para descobrir se houve, de fato, a contaminação.

 

Já o diagnóstico laboratorial, cujo resultado é fornecido pelos Lacens, é realizado por meio do RT-PCR, pois esse tipo de teste permite saber se o paciente está infectado pelo vírus no momento em que o exame é realizado.

 

Cloroquina

 

Segundo dados apresentados nesta terça-feira, o Ministério da Saúde distribuiu 12,9 milhões de medicamentos a Estados e municípios. Desses, 4,4 milhões são comprimidos de cloroquina e 8,5 milhões dão de oseltamivir, conhecido pelo nome comercial Tamiflu.

 

Fonte: Estadão