Hoje (25) é comemorado o Dia Nacional do Trânsito, mesma data em que se promulgou o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), no ano de 1997, para aumentar o rigor nas fiscalizações das vias de tráfego no país, com o objetivo primordial de diminuir o número de acidentes de trânsito.

 

A realidade das estradas brasileiras revela que o trânsito interrompe, drasticamente, muitas vidas. Nos últimos 10 anos, os acidentes no trânsito deixaram mais de 1,6 milhão de brasileiros feridos. Outra consequência alarmante: um custo de cerca de R$ 2,9 bilhões para o Sistema Único de Saúde (SUS) no atendimentos dessas pessoas. As informações estão em levantamento divulgado na segunda-feira (23), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), com base em dados do Ministério da Saúde.

 

Esses dados também mostram que entre 2009 e 2018 houve um aumento de 33% na quantidade de internações por desastres nas ruas e estradas. As principais vítimas são homens jovens. De acordo com os dados divulgados este ano pelo o Ministério da Saúde, no Brasil, dos 35,5 mil mortos em 2017, 82% eram homens e cerca de 37% tinham cerca de 20 e 39 anos.

 

Mesmo com meta estabelecida pela ONU para a Década de Ação de Segurança pelo Trânsito (2011-2020), que tem o objetivo de diminuir drasticamente o número de mortos, o país revela que essa é uma meta que precisa superar.

“No ano de 2018, tivemos 148 mortes no trânsito de Teresina, desses, em sua grande maioria motociclistas”, relata Samyra Mota, gerente de Educação no Trânsito da Strans.

 

Esse  “perfil” vem sendo traçado desde o ano de 2010, com o requerimento de relatórios sobre a vítimas graves e fatais, obtendo dados por meio do Hospital de Urgência de Teresina (HUT). “No relatório do ano de 2016, conseguimos  chegar à conclusão que os motociclistas nunca saíram do primeiro lugar em acidentes”, falou.

 

Samyra Mota reconhece que nem todas as causas dos acidentes sejam provocadas por motociclistas, no entanto, justifica que muitos extrapolam os limites de velocidade, dirigem bêbados, utilizam o celular e outras ações que dificultam o equilíbrio sobre duas rodas.

 

“O motociclista não sabe aguardar o sinal e acaba multado por conta de um segundo”, explica.

 

Risco

 

As áreas que escapam da visibilidade do motorista, mais conhecidas como pontos cegos, merecem atenção, alerta a gerente de Educação no Trânsito.

 

“O motociclista não se protege, ele transita em meio aos carros, passa em cima de canteiros, anda sem capacetes, leva mais de uma pessoa na garupa, menores de sete anos, e constrói essa imagem repleta de infrações”, disse.

As infrações também são promovidas por pedestres que acabam atrapalhando o tráfego. “Ele deve trafegar na faixa e sinalizar para ter certeza que todos os veículos estão parados para que possa fazer a travessia. Os pedestres não imaginam o quanto é perigoso atravessar uma rua ou avenida”, disse Samyra.

 

A violência no trânsito também é um assunto que precisa de atenção, conta a gerente.

 

“No trânsito ainda temos a rixa entre motociclistas e motoristas e sempre quem sai perdendo é o motociclista”, falou Samyra Mota.

 

Fonte: Meio Norte