O que o vôlei uniu… O amor não separa. E lá se vão quase três décadas juntos. A modalidade aproximou Larissa e Anfrísio nos tempos de colegial. Mais do que isso. Serviu de pretexto para a paquera, a troca dos primeiros olhares e o pedido de namoro. O romance esquentou, e a parceria rende um casamento que já dura 17 anos e três filhos, Letícia, Gabriel e Lara. Técnico e atleta vivem uma paixão nas quadras e também fora delas. Há oito anos, Anfrísio é treinador de Larissa no time de vôlei do TCE-PI, equipe feminina do Tribunal de Contas do Estado que disputa jogos da entidade pelo país. Desde a época da universidade, os dois dividem a rotina desgastante de competições com o dia a dia de um relacionamento.

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O que mantém o clima de companheirismo do casal nesses anos? O vôlei, claro. Ela diz que ele é exigente, o compara até com Bernardinho, técnico da seleção brasileira de vôlei. Os piauienses revivem um casal de sucesso da modalidade, Bernardinho – multicampeão com a seleção brasileira – e Fernanda Venturini, ex-levantadora, bronze em Atlanta 96, casados . O perfeccionismo de Anfrísio em competições já rendeu uma popular e necessária “DR”, um momento para discutir a relação.

– Ele é muito exigente, às vezes isso atrapalhava porque estávamos levando algumas discussões de jogo para casa. Ele não admite erros em quadra, quando perdíamos, meu Deus! A discussão começava após o jogo e durava até… Teve um campeonato piauiense de vôlei, não me lembro em qual ano, que fiquei muito chateada. Perdemos, e acredito que o nosso esporte é muito coletivo. Ele começou a elogiar todas as atletas e nada para mim, fiquei esperando e nada de elogio. Então, ficamos um dia sem se falar (risos). Depois, falamos um ao outro: pera aí, não é assim – recorda Larissa.

Aos 46 anos, Anfrísio começou a jogar aos 14 anos. Formado em Educação Física, treinou equipes universitárias, mirins, infantis e times no Campeonato Piauiense Vôlei. Quando conheceu Larissa, o técnico diz ter encontrado sua alma gêmea, como se fosse um saque certeiro no coração.

– Ela jogava na escola técnica, tinha me afastado do vôlei, mas jogava e sempre assistia aos treinos dela. Nos conhecemos no esporte. Foram 10 anos de namoro praticamente e 27 anos de convivência. A gente separa a relação dentro de quadra. Inclusive, conversamos sobre isso. Do lado técnico tenho meu jeito, sou muito duro, às vezes chato, grosso. Em casa não sou assim, é diferente. Claro, que têm situações de discussão, mas termina e para logo. O vôlei também ajuda na relação, quando é para o bem tudo é positivo – conta o treinador.

volei2Apaixonados um pelo outro, porém amantes do vôlei. Os filhos compartilham o ambiente da modalidade e às vezes acompanham os treinos – embora a tendência da mais velha seja o handebol, para a lamentação de Larissa. No ano passado, o presente da esposa para o marido aniversariante foi acompanhar a seleção brasileira no Grand Prix, em agosto, nos jogos contra EUA e Rússia. Para ter um casamento campeão, o vôlei parece ser uma boa receita.

– Respiramos vôlei. É a nossa paixão. Isso é nosso, não há como interferir. Agora, eu também cobro muito família. Fico vendo quais times ele pega, se tem muitos trabalhos. O importante é a família – narra Larissa, após mais um dia de treino no time comandando pelo marido.

Jogadora e técnico celebram a união e as conquistas. E qual a maior paixão, vôlei ou a mulher? Anfrísio se livra da enrascada.

– Pergunta complicada de responder (risos). Assim, amo os dois, mas de forma diferente. Estudo muito vôlei, sempre busco aprender. Mas repito que em casa sou muito família, minha mulher e meus filhos. É tudo diferente – emenda o treinador-esposo.

– Ainda bem que ele respondeu isso – brinca Larissa. Ainda bem porque dia 12 de junho, Dia dos Namorados, não é tempo de “DR”.

Fonte: Globo Esporte Piauí