Ainda em alusão ao Dia internacional da Mulher a OAB Subseção de Parnaíba por meio da Comissão da Mulher Advogada incluiu em sua agenda de eventos um encontro com o Projeto Leia Mulheres Parnaíba, que acontecerá dia 25 de março, sábado, das 16 às 18h na sede da OAB em Parnaíba.
O Projeto Leia Mulheres iniciou-se em 2014 com a inglesa Joana Walsh e espalhou-se pelo mundo chegando ao Brasil em 2015. Em 2018 a iniciativa chegou a Parnaíba, de forma independente e sem fins lucrativos, com o objetivo de fomentar a leitura de livros escritos por mulheres.
O Leia Mulheres Parnaíba fará cinco anos em 2023, com encontros mensais para discussão das obras de forma gratuita, aberta ao público e em locais, em sua maioria públicos, previamente divulgados na sua página no instagram @leiamulheresparnaiba (https://www.instagram.com/leiamulheresparnaiba/) .
Por que ler mulheres?
Hoje, se você tirasse da sua estante todos os livros escritos por homens, quanto sobrariam? Foi o questionamento feito pela advogada e mediadora do Projeto Leia Mulheres Reais Amanda Titoneli, que percebeu após um longo tempo, em contato com escritoras, páginas literárias e teoria feminista que não era um problema só dela, na verdade isso é um sinal sintomático da nossa sociedade.
Segundo ela, “a razão na verdade não é tão complexa de ser entendida, mas complexa de ser revertida. Lá no início do século passado Virginia Woolf já havia identificado o motivo da baixa produção literária por mulheres nos séculos anteriores: afundadas em afazeres domésticos e, sem receber as mesmas oportunidades de educação que homens, logicamente não tinham as mesmas condições para se dedicarem a esse ofício. Hoje o cenário é bem diverso em alguns lugares, mas o prestígio nesse meio ainda pende absurdamente mais pro lado masculino.
A maior prova disso é que desde 1901 foram concedidos 114 prêmios Nobel de Literatura e, de todos eles, apenas 14 mulheres foram laureadas. Seria esse um indicativo de que mulheres são menos capacitadas? Esse dado é sintomático, na verdade, pois mostra que nós mulheres ainda estamos muito longe de alcançarmos a tão sonhada igualdade em relação aos homens, não aquela igualdade formal garantida pela lei – precisamos de igualdade no tratamento, nas oportunidades. E qual o nosso papel nisso? A mudança também passa por nós, leitores, seja de livros literários ou acadêmicos – devemos cada vez mais prestigiar escritoras da forma como prestigiamos escritores.”
Com informações da ASCOM OAB/PI Subseção Parnaíba