Cada rua tem sua história, sua identidade. Algumas das ruas de Parnaíba fazem o reconhecimento aos índios, os primeiros habitantes do Brasil. Em valorização a Parnaíba estes nomes constatam os ancestrais. São nomes peculiares e cheios de significados. aqui citados alguns poucos.

Esse passeio histórico, pela RUA CARAMURU, que vai da Avenida Princesa Isabel, no Bairro São Francisco da Guarita, passando pelo Bairro Pindorama, até o final do Bairro Boa Esperança. Caramuru significa “homem do fogo, filho do trovão”. Nome foi dado pelos silvícolas após o prisioneiro Diogo Alvares efetuar um disparo e matar uma ave, sendo assim liberto pelos indígenas amedrontados.

Voltando no sentido contrário, nos mesmos bairros, e paralelamente, passamos na RUA ANHANGUERA. Os índios negaram ao audaz bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, onde havia ouro nas terras. Diante da negativa dos índios, também vítimas da escravização, ele colocou fogo em uma aguardente afirmando que ia fazer o mesmo com rios e os índios o chamaram de Diabo Grande, ou seja, Anhanguera nos dizeres indígenas.

Ainda no Bairro Pindorama, temos a RUA AIMORÉS. O nome era de uma tribo indígena de membros tidos como atrasados e ferozes, pertencentes à nação dos Gês ou Tapuias, e viviam nos Estados da Bahia e Espírito Santo. Eram caçadores e nômades.

O Bairro Pindorama tem diversas ruas com nomes de indígenas, como a RUA TREMEMBES. O nome significa “terreno encharcado”. Os índios Tremembés descendem das tribos tupis, eram do Maranhão e eram os indígenas que habitavam Parnaíba, inclusive o Delta era povoado por eles. Hábeis nadadores e habilidosos tecelões com a palha do buritizeiro. Segundo Reginaldo Júnior, presidente do Instituto Histórico Geográfico e Genealógico de Parnaíba (IHGGP) os índios Tremembés habitavam as margens do rio Igaraçu. Ainda segundo o Reginaldo, no Bairro Canta Galo por traz da escola Cândido Oliveira, região ao lado direito da Avenida Chagas Rodrigues foi um cemitério de índios Tremembés.

 A RUA XAVANTES rememora a chegada de Cabral as terra de Vera Cruz, pois havia espalhados pelas nossas florestas mais de dois milhões de indígenas, que habitavam, principalmente, às margens dos grandes rios eram os Xavantes. E com esta Rua do Pindorama, fica o sentimento de valorização aos Xavantes.

Das nações indígenas a mais importante era a dos Tupis que os jesuítas denominaram de “índios da língua geral’; pois o Tupi-Guarani pelo fato de ter sido este o grupo mais numeroso, era falada em toda a costa brasileira. Na TRAVESSA TUPI, no Bairro Ceará, é uma exceção; pois é o Bairro Pindorama, o que faz menção aos índios de forma mais expressiva. Os tupis acreditavam num ser superior denominado Tupã, respeitavam e adoravam também Guaraci, que era o sol, mãe dos seres vivos, Jaci, que era a lua, mãe dos vegetais. Grande foi a influência indígena na nossa língua e no nosso folclore.

A palavra Pindorama significa “Terra das Palmeiras” ou, mais precisamente “Lugar das Palmeiras”. Teria sido este o primeiro nome que os índios, de fala tupi, teriam dado ao nosso Brasil, a grã-Pindorama. Aqui em Parnaíba é um bairro que homenageia os povos indígenas e fazendo lembrança desta realidade. Segundo Reginaldo Júnior, presidente do Instituto Histórico Geográfico e Genealógico de Parnaíba (IHGGP), o Bairro Pindorama homenageia os índios e quase teve seu nome alterado para Boa Esperança; mas o nome foi preservado mantendo essa marca histórica.

Parnaíba é uma cidade que rende homenagens às diversas personalidades da história local e brasileira. Esta invicta cidade também agracia os povos originários do Brasil; pois em sua grandeza cultural, Parnaíba traz selos que assinalam o reconhecimento ao próprio Brasil.