Margarete defende que é preciso mudar a cultura de que o espaço da mulher é o doméstico (Foto: Arquivo/ O Dia)
Margarete defende que é preciso mudar a cultura de que o espaço da mulher é o doméstico (Foto: Arquivo/ O Dia)

A participação da mulher na política aumentou com o passar dos anos; no entanto, precisa de mais força para adquirir uma igualdade na atuação de homens e mulheres. Margarete Coelho é a primeira mulher vice-governadora do Piauí e explica que ainda não há um equilíbrio de gênero na política.

Segundo ela, os números com relação à participação da mulher são contraditórios. Nas filiações partidárias, ele está equilibrado. Hoje, mais de 45% dos filiados a partidos políticos são mulheres, isso demonstraria um equilíbrio. Entretanto, quando se observa a posição delas na estrutura dos partidos, percebe-se que menos de 10% das mulheres participam de cargos significativos.

“No Brasil, em cerca de 30 partidos, apenas dois são dirigidos por mulheres. Isso já demonstra um desequilíbrio. Quando se fala em representação política, a diferença é gritante. As mulheres não ocupam nem 10% dos cargos legislativos, por exemplo, nas câmaras. Em prefeituras, elas não ocupam nem 10%. Nos Governos de Estado, então, dos 27 estados, apenas um é dirigido por mulher. Isso tudo já demonstra que há um total desequilíbrio comparando com o número de filiadas a partidos políticos e mulheres eleitoras, que superam os 50%. Em termos de democracia participativa, o Brasil não seria um país democrático”, justifica a vice-governadora.

Ela defende ainda que é preciso mudar a cultura de que o espaço da mulher é o doméstico e o espaço público é do homem. “Essa cultura que diz que a mulher não tem aptidão para ocupar cargo político é paternalista e machista. Temos que fazer cumprir as políticas afirmativas que incentivam a participação das mulheres na política e mudar a nossa forma de reivindicar, olharmos mais para as candidatas mulheres e tomarmos a decisão de participarmos efetivamente, votando nas mulheres”, diz.

De acordo com a vice-governadora, o país deve viver em uma democracia participativa, sendo assim, tanto o homem quanto a mulher têm o direito de exercer os mesmos cargos e atuar nas mesmas áreas. “Não há diferença entre homem e mulher participante na política, se a sociedade é feita de homens e mulheres, a política também tem que ser feita de homens e mulheres, o poder também tem que ser exercido entre homens e mulheres. Conquistamos o direito do voto e de nos candidatarmos, agora precisamos conquistar o nosso direito de nos elegermos, é esse o novo desafio”, destaca Margarete.

Fonte: Portal O Dia