Peixe-boi encontrado morto em Luís Correia foi atingido por embarcação, diz instituto
Exames periciais revelaram que o peixe-boi Maceió, encontrado morto na última quinta-feira (22) sob a ponte do Rio Igaraçu, em Luís Correia, foi atingido pela hélice de um barco. A necropsia foi realizada pelo Instituto Aquasis, que acompanhou a vida do peixe-boi desde que ele foi encontrado pela primeira vez, no Ceará.
Segundo o Instituto Aquasis, o peixe-boi apresentava cortes na pele que podem ter sido causados pelo choque com a hélice de uma embarcação. O acidente causou fraturas na escápula, osso equivalente ao ombro do animal.
Ferido, Maceió teve dificuldades para conseguir se alimentar. Assim, o peixe-boi ficou debilitado, e faleceu por afogamento. O acidente teria acontecido cerca de 15 dias antes da morte. Não foi possível identificar em que localidade ocorreu.
O peixe-boi Maceió foi encontrado morto na manhã desta quinta-feira (22) sob a ponte entre as cidades de Parnaíba e Luís Correia, que passa sobre o rio Igaraçu, braço do Rio Parnaíba que desagua no mar.
A espécie é o maior mamífero em extinção no Brasil, por conta da grande influência em seu habitat natural. Um adulto pode chegar a 420 kg, ter quase 3 metros de comprimento e viver por cerca de 60 anos.
Peixe-boi Maceió
O peixe-boi foi resgatado pelo Instituto Aquasis quando era recém-nascido após encalhar em Pontal do Maceió, praia localizada na cidade de Fortim, no litoral do Ceará. Ele recebeu o nome em homenagem à praia, e foi levado para o Centro de Reabilitação de Mamíferos Marinhos (CRMM) da Aquasis, em Caucaia, no Ceará, onde viveu por sete anos.
Em 25 de maio de 2021, Maceió foi solto no mar pela equipe do Instituto na praia de Peroba, em Icapuí, a cerca de 500 quilômetros do lugar onde foi encontrado. Ele recebeu um aparelho de rastreamento, para que o Instituto continuasse a monitorar a sua adaptação de volta ao mar.
Mas o equipamento se perdeu do animal sete dias depois da soltura. Desde então, as equipes do instituto faziam buscas pelo litoral para tentar localizar o peixe-boi.
Ainda no comunicado, a equipe que cuidou de Maceió se disse consternada com a morte do peixe-boi.
“Foi cuidado com muita responsabilidade, carinho e dedicação pelos nossos profissionais e voluntários durante mais de sete anos. Apesar da perda difícil, seguiremos firmes com o nosso compromisso de atuar pela conservação desta espécie ameaçada de extinção”.
Fonte: G1/PI