grãosPiauí ampliou o recorde de sua produção agrícola atingindo 3,213 milhões de toneladas na safra de 2015-2016, com um crescimento de 2,5% em relação à safra agrícola prevista no final do ano passado, que era de 3,134 milhões de toneladas.

Também aumentou, em 1,2% a área plantada no Piauí aumentando de 1,140 milhão hectares para 1,427 milhão de hectares.

Ao mesmo tempo, a produção agrícola do Matopiba, formado pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, já é a quinta maior do país, representando 9,28% de toda a produção nacional e 2,7 vezes maior do que a de São Paulo, que corresponde a 3,47% da produção nacional.

A produção do Matopiba está atrás da produção do Mato Grosso, que representa 24,74% da produção nacional; do Paraná, que tem 18,08% da produção agrícola nacional; Rio Grande do Sul, que tem 14,34% da produção nacional;e do Goiás, que corresponde a 9,98% da produção nacional.

A produção agrícola do Matopiba está acima da do Mato Grosso do Sul, que tem produção corresponde a 7,89% da produção nacional;e de Minas Gerais, que tem produção representando 5,92% da produção nacional.

Os números são do 4º levantamento da safra 2015/2016 de grãos, que também apontam para uma produção de 210,5 milhões de toneladas no Brasil. O volume representa 1,4% a mais do que a safra anterior, com aumento de 2,8 milhões de toneladas.

A estimativa foi divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na terça-feira, em Brasília.

Segundo a Conab, os primeiros meses da safra brasileira 2015/16 foram marcados pelo forte contraste norte-sul na distribuição das chuvas, demonstrando uma evidente assinatura do atual episódio do fenômeno El Niño – o qual atingiu a classificação de muito forte – nos padrões climáticos do período.

Em toda a Região Sul, os volumes acumulados de precipitação no último trimestre de 2015 foram acima da média nos três estados, com totais que variaram em uma faixa entre 600 e 1000 mm, enquanto as médias climatológicas do período encontram-se em uma faixa aproximada entre 300 e 600 mm, dependendo da localidade.

Em Campo Mourão, no estado do Paraná, por exemplo, cuja a média histórica do trimestre outubro-novembro-dezembro é de aproximadamente 480 mm, atingiu um acumulado de quase 1000 mm.

Também, na fronteira com a Argentina e o Uruguai, os totais de precipitação foram bastante elevados no final de 2015, como se observou em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, onde foram registrados acumulados acima da média nos últimos três meses, destacadamente em dezembro, com 380 mm, superando em mais de 100% a média histórica.

Além da região Sul, parte estados de Mato Grosso do Sul e de São Paulo também apresentaram chuvas acima da média, o que contribuiu significativamente na elevação dos níveis de reservatórios de água para abastecimento e geração de energia.

Na estação meteorológica do Inmet em São Paulo foram registrados aproximadamente 320 mm em dezembro, 110 mm acima da média do mês.

Em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, foram registrados 330 mm no mesmo mês.

Na região do Matopiba a situação foi oposta ao observado no Sul. Além do atraso no início das chuvas em relação ao período climatológico, os acumulados ficaram muito abaixo da média nos primeiros meses da safra 2015/16.

Em Balsas, no Maranhão, a precipitação acumulada no trimestre outubro-novembro-dezembro foi de aproximadamente 140 mm, o que é consideravelmente baixo quando comparado com média histórica de 420 mm.

Em Barreiras, no oeste da Bahia, o acumulado no trimestre foi de 180 mm, também abaixo da média histórica de 460 mm.

Os maiores volumes da região foram observados no estado do Tocantins, com destaque para a cidade de Palmas que registrou um acumulado de aproximadamente 380 mm, ficando, ainda sim, abaixo da média do período que é de aproximadamente 600 mm.

De acordo com o estudo, o destaque foi para a soja, com crescimento de 6,1%, passando de 96,2 para 102,1 milhões de toneladas. O aumento foi impulsionado pelos preços no mercado mundial. O maior produtor da oleaginosa é o estado do Mato Grosso, com 28,3 milhões de toneladas, o que representa cerca de 28% da safra nacional, seguido do Paraná, com 18,5 milhões de toneladas.

Com relação ao milho (1ª safra), os números apresentaram uma redução de 7,7%, passando de 30,1 para 27,8 milhões de toneladas. Isso ocorre, segundo o levantamento, porque os produtores vêm optando pelo plantio de soja na mesma área do milho e, após a colheita, entram com o milho 2ª safra.

A estimativa de área plantada no Brasil totaliza 58,5 milhões de hectares, com aumento de 0,9% sobre a safra passada, que foi de 57,9 milhões de hectares. Esse fator deve-se unicamente ao crescimento de 3,5% (1,1 milhão ha) da área de soja. As outras culturas apresentaram decréscimo na área de plantio, com exceção da mamona, que teve um crescimento significativo de 56,4%, passando de 82,1 mil para 128,4 mil hectares.

A Conab fez a pesquisa entre os dias 13 e 19 de dezembro. Durante o estudo, foram levantadas informações de área plantada, produção, produtividade, evolução do desenvolvimento das culturas, pacote tecnológico utilizado pelos produtores, entre outros fatores. O trabalho é fruto de parceria da Conab com agrônomos, técnicos do IBGE, cooperativas, secretarias de agricultura, órgãos de assistência técnica e extensão rural (oficiais e privados), agentes financeiros e revendedores de insumos, que subsidiam os técnicos da estatal com informações pertinentes aos levantamentos.

Fonte: Meio Norte