O Piauí anotou a segunda menor redução no nível de desigualdade no país. O estado só não teve resultado pior do que o do Distrito Federal, os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre 2000 e 2010, o Piauí registrou uma diminuição de 2,7% na desigualdade social, ficando atrás apenas Distrito Federal com 1,3%, e seguido por Sergipe com 2,90% e Paraíba que obteve 3,8%. A Bahia foi o único estado em que a desigualdade aumentou (0,7%).
Os dados fazem parte da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais 2012, divulgada nesta quarta-feira (28) pelo IBGE.
O Instituto também divulgou o ranking do Índice de Gini, que mede a desigualdade de um determinado lugar com base em dados referentes à educação, saúde e renda. Embora o Piauí tenha conseguido diminuir a desigualdade nos últimos 10 anos, essa redução foi inferior à registrada em outros unidades da federação. O índice varia de 0 a 1, sendo esse o nível máximo de desigualdade.
No Brasil a diferença, entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres ainda é grande, mas tem apresentado uma queda considerável na última década. De acordo com o IBGE, entre 2001 e 2011 o rendimento familiar per capita da fatia mais rica caiu de 63,7% do total da riqueza nacional para 57,7%. No mesmo período, os 20% mais pobres apresentaram crescimento na renda familiar per capita, passando de 2,6% do total de riquezas do país em 2001 para 3,5% em 2011.
Em alguns estados a redução ainda é muito lenta. Segundo Pedro Soares, Supervisor de informações do IBGE no Piauí, 21,1% da população do estado com mais de dez anos é analfabeta, segundo maior percentual de analfabetismo. “Um pessoa analfabeta dificilmente irá receber um salário acima de um salário mínimo”, explica.
Ainda de acordo com Soares, a pequena redução da desigualdade no período deve ser atribuída às políticas de redistribuição de renda no país, com valorização do salário mínimo, acesso a politicas sociais e ganhos educacionais, que permitem ao trabalhador almejar postos mais altos.
“Houve uma diminuição da desigualdade, em parte alavancada pelas políticas de renda, valorização do salário mínimo e programas sociais, direcionados à base da pirâmide de rendimentos”, afirma.
Fonte: G1