Piauí tem 55% da frota formada por motos e quase 70% das mortes no trânsito
A frota de motocicletas no Brasil cresceu de forma expressiva na última década, passando de 23,4 milhões em 2020 para 29 milhões em 2025, segundo a Secretaria Nacional de Trânsito, Senatran. Apenas em 2024, as vendas aumentaram 18,6%, alcançando o maior volume desde 2011. A expectativa é de que em 2025 o país ultrapasse 2 milhões de emplacamentos no ano. Embora a moto seja um meio de locomoção acessível e útil para o trabalho, ela também é o veículo mais vulnerável no trânsito, o que exige medidas urgentes para incentivar o transporte público e reduzir riscos. Em várias regiões, principalmente cidades médias sem investimento adequado em transporte coletivo, o crescimento das motos é ainda mais intenso.
Nos estados do Norte e Nordeste, a presença das motos é predominante. No Piauí, elas representam 55% da frota de veículos e respondem por quase 70% das mortes no trânsito. Esse índice é um dos mais altos do país e mostra que, mesmo representando pouco mais da metade dos veículos, a participação das motocicletas nos sinistros fatais é desproporcional. Além disso, a alta mortalidade envolvendo motos sobrecarrega o sistema de saúde. Estima-se que de 70% a 75% das UTIs adultas dos hospitais gerais sejam ocupadas por vítimas de trânsito, sendo a maioria motociclistas.
O Atlas da Violência 2025 revela que os acidentes com motocicletas respondem por 38,6% das mortes no trânsito brasileiro, mesmo representando apenas 22,5% da frota nacional em 2023. Entre 2019 e 2023, o número de mortes no trânsito aumentou em quase 3 mil por ano, sendo 2,3 mil ligadas a motos. A sobrecarga no SUS é tanta que cirurgias importantes chegam a ser adiadas para atender vítimas desses sinistros.
Piauí tem 55% da frota formada por motos e quase 70% das mortes no trânsito