A poda de árvores, atividade essencial para a manutenção urbana, pode esconder riscos que passam despercebidos por grande parte da população. Em setembro, Parnaíba registrou um caso trágico que expôs esse perigo: um homem morreu após ser atingido por um galho de cajueiro enquanto realizava o trabalho de poda. O acidente levantou preocupações sobre as condições em que essas atividades são executadas, muitas vezes sem equipamentos de proteção adequados.

A engenheira de segurança do trabalho Lanna Góes reforça que o serviço, embora importante para a preservação da cidade, envolve riscos consideráveis, principalmente quando executado por trabalhadores autônomos.

“Os profissionais que trabalham com poda de árvores têm diversos riscos associados às atividades. Por exemplo, risco de queda, porque trabalham em altura, risco de choque, porque estão próximos à rede elétrica, risco de corte, porque a maioria trabalha com motosserra, e até risco de atropelamento, porque geralmente estão nas vias públicas”, explica.

Segundo a especialista, o uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs) é fundamental para reduzir acidentes.

“Essas pessoas devem trabalhar com equipamentos que visam protegê-los caso aconteça algum acidente, como capacete para proteger a cabeça, óculos, luvas, inclusive as de proteção elétrica, vestimenta adequada, botas e o cinto de segurança, que protege o trabalhador de uma queda”, orienta Lanna.

Muitos trabalhadores afirmam que o principal motivo para não utilizarem os equipamentos é o alto custo, mas Lanna lembra que é possível encontrar opções seguras e acessíveis.

“Existem EPIs de diversos valores. O importante é que tenham o CA, o Certificado de Autenticação. Isso significa que o equipamento foi testado e é eficaz para aquele risco. Capacete, vestimenta, cinto, todos precisam ter o CA”, ressalta.

A engenheira também chama atenção para um item muitas vezes negligenciado: a escada.

“Geralmente o profissional compra uma vez na vida e quer usar para sempre, mas não é assim. Ela também tem uma vida útil, que depende do fabricante, mas geralmente é de cinco anos, se for feita a manutenção correta. Depois disso, deve ser trocada”, alerta.

Além da conscientização individual, Lanna Góes destaca que as empresas precisam seguir rigorosamente as normas de segurança, garantindo que os colaboradores atuem com proteção e dentro das exigências legais.

Para quem deseja se capacitar na área, o Senac de Parnaíba oferece o curso técnico em Segurança do Trabalho, que prepara o aluno para identificar e prevenir riscos em diferentes ambientes profissionais, incluindo atividades como a poda de árvores.

“O curso capacita o aluno para entrar no mercado de trabalho conhecendo todos os riscos e sabendo atuar em diversos segmentos. Trabalhamos desde a parte teórica até a prática. Estamos com uma nova turma prevista para março do próximo ano”, informa a engenheira.

O caso recente em Parnaíba serve como alerta para que profissionais redobrem a atenção e invistam em segurança. Pequenos cuidados podem salvar vidas.