O apoiador Bernardo tomou um enorme susto no último domingo, dia 21. O jogador do Vasco foi sequestrado e agredido por traficantes dentro do Complexo da Maré. O motivo teria sido o seu envolvimento com Dayana Rodrigues, supostamente uma das mulheres de Marcelo Santos das Dores, o Menor P, líder do tráfico no local.
Bernardo e Dayana teriam sido flagrados por bandidos na Favela Salsa e Merengue, e de lá levados para uma casa na Vila do João, onde teriam sido deixados nus, amarrados com fita crepe, torturados com choques elétricos e espancados.
Dayana levou sete tiros nas pernas, foi libertada e atendida no Hospital Santa Maria Madalena, na Ilha do Governador. De lá seguiu para o Hospital Souza Aguiar, onde permaneceu até esta quinta-feira. O caso foi registrado na 37ª DP (Ilha do Governador) sob o registro de ocorrência 037-02705/2013 e está sendo investigado pela 21ª Delegacia Policial (Bonsucesso).
Bernardo informou o Vasco sobre o crime também nesta quinta. O diretor Renê Simões confirmou que conversou com o atleta.
– Falei com o Bernardo há pouco tempo, e a nossa prioridade é dar apoio total ao jogador. Claro que o Vasco não quer ver seu nome envolvido em qualquer coisa que não seja da esfera desportiva. Mas entende que o atleta deve receber suporte do clube em qualquer situação, enquanto os procedimentos legais são tomados – disse.
A polícia recebeu a informação de que Bernardo estaria acompanhado de dois outros jogadores – um de um time carioca, e o outro de um time paulista, ambos criados na Maré. Um deles teria “salvado” Bernardo, argumentando com os traficantes que, se o jogador morresse, “a favela teria UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no dia seguinte”.
Bernardo está em recuperação de uma lesão no joelho e tem cirurgia marcada para o dia 1º de maio. A previsão é de que ele só retorne aos gramados no fim do ano. René Simões não quis antecipar se o episódio ocorrido fora de campo pode resultar em multa disciplinar ao jogador, que tem contrato com o Vasco até 2015.
– Uma coisa é o contrato de trabalho CLT, a outra é o contrato de imagem, que no caso do Bernardo não existe. Primeiro é preciso pensar no lado humano, e depois, no jurídico. Como tomamos conhecimento hoje, ainda não conversei com os advogados do clube – explicou.
Fonte: Globoesporte