Cerca de 40 inquéritos investigam crimes de corrupção envolvendo agentes públicos do Piauí, entre eles prefeitos, vereadores, secretários e gestores municipais e estaduais, além de demais funcionários públicos. A informação é do delegado Kleydson Ferreira da Costa e Silva, da Divisão de Combate à Corrupção do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco).
Segundo o delegado, as acusações são as mais diversas e envolvem casos de fraudes em licitações, crimes de responsabilidade, falsificações de notas, entre outros atos ilegais. Kleydson Ferreira está recebendo ainda as informações dos inquéritos em andamento, que antes pertenciam a uma delegacia especializada em combate à corrupção, mas que agora estão sendo transferidos para a Divisão do Greco. “Não podemos dar mais informações, para não atrapalhar as investigações, mas contamos com o apoio de vários órgãos de controle”, afirma o delegado. Os inquéritos serão concluídos em prazos diferentes, já que dependem do dia em começaram.
As investigações de combate à corrupção intensificaram-se no ano passado, quando o Governo do Estado criou a Delegacia de Combate à Corrupção, durante uma reunião com a cúpula da Secretaria de Segurança Pública no início de 2014, além de representantes do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
No final do ano passado, a delegacia foi extinta e passou a ser uma divisão do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), que passou a responder, também, pelo combate aos crimes eletrônicos no Piauí.
Segundo o coordenador do Greco, delegado Carlos César Camelo de Carvalho, as duas delegacias especializadas fazem parte do novo Plano de Segurança do Estado. Segundo o Carlos César, o Greco possui know how neste tipo de investigação, policiais capacitados e estrutura. “Essa união vai incrementar os trabalhos que serão feitas nessa área. Tanto a Delegacia de Combate à Corrupção, quanto à Delegacia aos Crimes Eletrônicos poderão utilizar da nossa estrutura para elucidar seus crimes”, explica.
Empresas brasileiras não mapeiam riscos de corrupção, diz consultoria
A empresa de consultoria, auditoria e serviços em gestão de riscos ICTS divulgou uma pesquisa de Avaliação do Nível de Maturidade de Compliance realizada entre setembro 2014 e janeiro de 2015 com 231 empresas que mantêm operações no Brasil.
Do total de empresas pesquisadas, 61% afirmaram não ter mapeado os riscos de exposição à Lei Anticorrupção, enquanto apenas 12% afirmam possuir um Programa de Compliance efetivo que abrange os 11 itens pesquisados. “Partindo desta estatística, observamos que há um universo muito grande de empresas que ainda precisam implantar um Programa de Compliance para a proteção de seus negócios e mitigação de riscos. Nesse sentido, temos recebido nos últimos meses maior demanda de consultas, especialmente das empresas que atuam no setor de óleo e gás”, afirma Fabio Haddad, gerente executivo da ICTS.
Apenas 35% das empresas afirmaram ter mecanismos para a avaliação de compliance de seus fornecedores e terceiros (processo de Due Diligence). O levantamento mostra ainda que, do total de empresas pesquisadas, 41% estão sujeitas a outras legislações anticorrupção, como FCPA e UK Bribery Act, por exemplo. Contudo apenas metade delas já faz a due diligence de seus terceiros e 28% sequer possuem política anticorrupção.
Situação preocupante é também observada quando as empresas são questionadas sobre outras medidas anticorrupção, como a existência do Código de Conduta Ética. Apenas 64% das empresas afirmaram possuir e divulgar seus códigos. Contudo, 16% destas empresas não dispõem de canal de denúncia por meio do qual os seus funcionários podem reportar desvios e violações ao código e 78% não possuem medidas disciplinares para a punição de violações.
Fonte: Jornal O Dia