Projeto “Cadeia Produtiva” criado pela Embrapa faz sucesso entre agricultores da região
Você já imaginou ter praticamente um supermercado no quintal de sua casa? Com os moradores do Assentamento Cajueiro, zona rural de Parnaíba, esse desejo é real com o projeto “Cadeia Produtiva”, uma iniciativa criada por pesquisadores da Embrapa Meio Norte em Parnaíba. A ideia era criar espécies numa interação e aproveitamento de materiais e resíduos produzidos pelos próprios animais e com recursos encontrados facilmente. O projeto foi lançado em 2011 por pesquisadores, de início, para atender comunidades em situação mais carente, sendo a Embrapa uma vitrine de tecnologia, mas de lá pra cá ganhou muitos adeptos.
Famílias que antes viviam apenas da pesca e com a incerteza de ter ou não o que comer, agora tem trabalho e produtividade de sobra. É o caso do senhor José de Maria e de sua família que hoje vivem no assentamento com uma grande fartura.
O projeto é voltado para atividade agrícola e possibilita a subsistência e a possibilidade de comercialização e funciona como uma cadeia produtiva. Em um espaço são montados tanques, onde são criados peixes tilápia; uma horta orgânica; um galinheiro e, por último, um minhocário.
Tudo começa com a filtração e oxigenação da água dos tanques onde cerca de 150 tilápias vivem. Os resíduos da água são utilizados para irrigação da horta, fonte riquíssima de nutrientes para verduras e frutos. O galinheiro, com cerca de 20 galinhas que se alimentam de ração comercial e de folhas, produz cerca de 16 ovos por dia. Rolinhas e porquinhos da índia vivem também no local e suas fezes são aproveitadas e colocadas para compostagem, onde são misturadas com as folhagens das plantações e os restos de comida dos animais. Depois de processados, o material é colocado no minhocário. Com a ajuda das minhocas, o adubo fica pronto para ser colocado na horta. Assim, o processo se inicia novamente com produtos de qualidade e sem agrotóxicos.
Para as famílias que fazem parte do projeto, o maior desafio no início foi confeccionar o projeto com no máximo R$450,00. São tanques comuns que ganham algumas adaptações, mas o custo ainda é considerado baixo, em torno de R$ 400,00, pois são usados materiais simples como mangueiras, bombinhas de aquário e pedaços de balde de plástico que, com outros materiais, funciona como um sistema de recirculação. Até o revestimento do tanque é bem simples, em três camadas: primeiro, a madeira; depois, papelão e a terceira camada um plástico.
Tecnologia simples que qualquer pessoa pode fazer e repetir o sistema em qualquer lugar, basta ter interesse.