Nos quatro amistosos disputados depois da Copa do Mundo, Tite já escalou 30 jogadores na seleção brasileira. E para encorpar e dar credibilidade às suas observações, criou a “política dos 15 minutos”. É a tentativa de que nenhum convocado tenha um tempo menor do que esse em campo, durante uma partida, para tentar agarrar uma vaga na Copa América do ano que vem.
Nesta sexta-feira, contra o Uruguai, e na próxima terça, quando enfrentará Camarões, o Brasil deve manter essa tendência: muitas mudanças de uma partida para a outra, e pelo menos 15 minutos para cada jogador.
Tite não gosta da palavra “teste”. Acha pejorativo dizer a um jogador com nível para atuar na seleção brasileira que ele será testado. Por isso, usa as conjugações do verbo “oportunizar”, recém-nascido, ainda nem sequer inserido em todos os dicionários da Língua Portuguesa.
Quem ficou mais tempo em campo depois da Copa (em minutos):
- Marquinhos (zagueiro): 383
- Neymar (atacante): 369
- Casemiro (volante): 305
- Coutinho (meia): 295
- Fabinho (lateral-direito): 236
Só no primeiro amistoso pós-Copa, a vitória por 2 a 0 sobre os Estados Unidos, Tite descumpriu a política dos 15 minutos. Por pouquinho. Dedé e Everton entraram nos lugares de Thiago Silva e Neymar e participaram dos 14 minutos finais.
Depois disso, quem teve menos tempo para mostrar serviço foi Andreas Pereira: 23 minutos na goleada por 5 a 0 em cima de El Salvador.
Na visão de muita gente, é impossível fazer observações valiosas em tão pouco tempo. Serão apenas seis jogos em 2018 depois da Copa. Tite jura que aproveita cada segundo, de treinos, jogos, e do convívio, para começar a selecionar os 23 da Copa América de 2019.
Quem ficou menos tempo em campo depois da Copa (em minutos):
- Andreas Pereira (volante): 23
- Walace (volante): 31
- Felipe (zagueiro): 47
- Lucas Moura (atacante): 51
- Everton (atacante): 53
O único que não saiu de campo por nem um minutinho até aqui nesse novo ciclo foi Marquinhos. O zagueiro de 24 anos foi eleito pilar da defesa que vai se construir até o torneio mais importante, o Mundial de 2022, no Catar.
Mas ele é gato escaldado. De agosto de 2016, quando Tite assumiu o comando, até o fim de 2017, ele foi titularíssimo da Seleção. Meses antes da Copa da Rússia, perdeu a posição para Thiago Silva. Agora, calcula seus passos para evitar que o filme se repita.
– É um trabalho mental. A cada convocação, eu coloco na cabeça que tenho de fazer meu melhor. A cada segundo nos treinamentos procuro merecer a vaga e a confiança do professor. Na Seleção, ninguém tem cadeira cativa. Todos têm que batalhar e correr atrás.
Nesta quarta-feira, Tite deve definir a formação que começará jogando contra o Uruguai. Sem Casemiro e Coutinho, as principais dúvidas estão no meio-campo. Walace e Renato Augusto são os favoritos a substituírem os lesionados, mas como o meia do Beijing Guoan foi o último a se apresentar, apenas na noite da última terça, a comissão técnica ainda precisa conhecer o nível de seu condicionamento. Paulinho e Willian são outras opções.
Veja as informações da seleção brasileira para o jogo contra o Uruguai:
Local: estádio do Arsenal, em Londres
Data e horário: sexta-feira, às 18h (de Brasília)
Provável escalação: Alisson, Danilo, Marquinhos, Miranda e Filipe Luís; Walace, Arthur e Renato Augusto (Paulinho); Douglas Costa, Neymar e Firmino. Técnico: Tite.
Reservas: Ederson, Gabriel Brazão, Fabinho, Dedé, Pablo, Alex Sandro, Allan, Paulinho (Renato Augusto), Rafinha, Willian, Richarlison e Gabriel Jesus.
Arbitragem: Craig Pawson, auxiliado por Steve Child e Ian Hussin (todos da Inglaterra)
Transmissão: TV Globo (narração de Galvão Bueno, comentários de Casagrande, Júnior e Arnaldo Cézar Coelho, reportagens de Tino Marcos e Raphael de Angeli); SporTV, com pré-jogo a partir das 16h30 (narração de Milton Leite, comentários de Muricy Ramalho e Lédio Carmona, reportagens de Mauro Naves); e GloboEsporte.com
Tempo Real: GloboEsporte.com, a partir das 16h30
Fonte: Globo Esporte