Chateado com a goleada por 4 a 0 sofrida para a Portuguesa, no último domingo, o técnico Tite foi “protegido” pelos jogadores no vestiário do Morenão, em Campo Grande (MS). Na ocasião, Alessandro e Emerson Sheik deram entrevistas no lugar do treinador e o isentaram de culpa pelo mau momento. Nesta terça-feira, véspera do duelo entre Corinthians e Bahia, em Mogi Mirim, pelo Brasileiro, o treinador voltou a falar com os jornalistas e resumiu a atitude de seus jogadores.
“Essa mensagem traduziu: equipe. Nós vencemos juntos, perdemos juntos. Somos uma equipe forte. Essa é a mensagem”, disse, no gramado do Romildão, após a atividade.
Tite ficou perto de entregar o cargo, tamanha era decepção com a atual fase, segundo relatos de quem vivenciou o vestiário no último domingo. O Corinthians não vence há oito partidas – seis derrotas e dois empates. O ataque fez apenas um gol nos últimos oito jogos.
“O sentimento fica aflorado. Sou humano, não sou super-homem. Aceitei humanamente a iniciativa dos atletas de irem falar. É a equipe querendo fechar as feridas, vencer, transformar desempenho em resultado. O sorriso de quem vence não é o sorriso de quem perde. Precisamos ter o discernimento do trabalho”, afirmou.
Apesar de ter o trabalho questionado por alguns no clube, o comandante alvinegro tem sido bancado pela diretoria em todas as entrevistas. O diretor de futebol Roberto de Andrade deixou claro que o clube não vai mandá-lo embora. Tite, que tem contrato até 31 de dezembro deste ano, é evasivo quando fala de sua permanência no comando.
“Só posso dizer que sou um cara privilegiado. Estar técnico do Corinthians há tanto tempo, com vitórias e conquistas, e também estar técnico do Corinthians com tantos resultados negativos como agora… Sou um privilegiado. Quero ter discernimento, calma, ter capacidade para retribuir. Que a gente faça um grande jogo amanhã (quarta-feira) e seja melhor que o Bahia”, disse.- O que tem de ter é luz, equilíbrio, discernimento e persistência. Estabilidade de técnico não existe. As pessoas têm de saber que não existe ser super-homem para nada. O técnico, que deixa os atletas falarem no momento de derrota, não está fugindo. No outro dia já está no campo, trabalhando. É o que tem de fazer”, completou.
Fonte: Terra